Punho, gola, pala, mangas. Uma camisa é feita de, pelo menos, 14 partes de tecido. E, para fazê-la, 40 operações. Ah, se os antigos alfaiates vissem como é que se faz uma peça dessas nos tempos de hoje!
A nossa equipe foi ver de perto a linha de produção – da criação à expedição – na Luiz Eugenio, uma camisaria de dez anos com sede em Francisco Beltrão. Atualmente, a criação é no computador, o corte a laser e a confecção em série.
Eugenio Konopatzki, proprietário da marca, começou o negócio como representante comercial. Era de Santa Catarina, veio para o Paraná para trabalhar nas áreas comerciais de algumas das empresas de confecção do Sudoeste. Tomou gosto pela coisa, criou a empresa, sempre com foco nas camisas, mas nunca pensou em fabricá-las. Fazia tudo com empresas terceirizadas. Só que o negócio cresceu e ele teve de partir para a produção. “Começou tudo como uma brincadeira, com a ideia de fazer umas cinco, seis mil camisas para ganhar um dinheiro e não preocupar. Mas as cinco viraram 10, as 10 viraram 15 e hoje são em torno de 50 mil camisas por mês”, comenta.
Atualmente, a oportunidade é de crescimento e, por isso, a Luiz Eugenio – especialista em camisas masculinas – está lançando no começo de 2013, a Maria Eugenia, de camisaria feminina, para se juntar às marcas Luiz Eugenio (peças mais sofisticadas), Walbann (clássica) e a Porto&Co (jovem), além da confecção para outras marcas. “Isso só é possível com uma equipe que trabalha afinada. Para produzir mais, há de se estar atento aos fornecedores, aos movimentos de mercado, ao controle de mão de obra. Por isso trabalhamos bem.”
Segundo a gerente comercial e de compras Maria Juliana de Souza, a evolução era necessária, mas a Maria Eugenia, assim como as outras marcas, trabalham com um produto de design clássico (e uma variação slim), tecidos e acabamento de primeira. “Nossa ideia não é seguir pelo fashion, mas fazer um produto bom e que vista bem”, diz. Atualmente a marca tem três unidades de produção (Francisco Beltrão, Santa Izabel do Oeste e Eneas Marques), 450 funcionários e 25 representates, que colocam as camisas em lojas de todo o Brasil.
O Sudoeste
De acordo com dados do Sinvespar, a confecção no Paraná é dividida entre as regiões de Cianorte e Maringá (pronta-entrega, modinha e jeans), Londrina (mais plural e moda autoral), Sudoeste (moda masculina) e Oeste (mais plural). Atualmente, alguns projetos do sindicato visam o desenvolvimento da mão de obra local, a organização e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, consultoria, e criação de novos talentos.
