Moda e beleza

Ideias e moda autoral no quarto dia da expedição do Viver Bem

Larissa Jedyn
05/10/2012 17:01
Depois de indústrias, facções, aparatos tecnológicos e volumes grandiosos de produção, a Expedição da Moda Viver Bem dedicou o seu quarto dia no Noroeste do estado às ideias. Afinal, roupa sem criação não tem lá muita graça.
A primeira parada do dia foi em um projeto ousado, localizado em Maringá, denominado justamente de Indústria de Ideias. Por lá, jovens ousados, supercriativos que se juntaram para criar um coletivo de moda. Debora Iasbek, Ana Carolina Carneiro e Patrícia Saragioto, que já trabalharam na indústria da moda, comandam há um ano uma equipe de estilistas e estagiários que criam coleções para clientes pequenos ou até mesmo os grandes que estão querendo renovar seus produtos, elaboram estampas sob encomenda, criam estratégias de comunicação e marketing em mídias sociais e vendem até pesquisas de tendências.
Elas bem que queriam que o negócio fosse mais revolucionário e impactasse diretamente no perfil do setor, mostrando as possibilidades de fazer moda misturando design, arte, arquitetura, literatura. Ainda não deu certo, porque o local onde estão não é tão acessível, elas não são tão conhecidas como gostariam, mas… a esperança não morre nunca e elas vão tocando o negócio e se tornando cada vez mais conhecidas no meio virtual. A propósito, é assim que elas atendem clientes de vários cantos do Brasil.
Saindo de Maringá e chegando em Londrina, a expedição ganhou um forte caráter autoral. A primeira visita foi às meninas da Züe, Andréia Ferreira e Luciana Kouri. Lá, uma roupa que além de vestir define um estilo de vida. Tem cara de temporada na praia e de moda criativa e descolada para a cidade. As roupas são coloridas, estampadas, leves e atemporais.
A criação é feita por Andréia, mas a parte técnica quase toda é terceirizada. “Não temos estrutura para tocar uma fábrica nem perfil. Preferimos pagar e pegar nossas peças prontas. Já tempos parceiros fixos”, conta ela, que explica que apenas as partes de baixo das roupas (calças, saias e shorts) são feitas em uma pequena unidade própria. Atualmente a Züe tem duas lojas em Londrina e 60 pontos de venda no país.
Eles trabalham com roupas sustentáveis e artesanais, feitas a partir da reciclagem de tecidos, de customização de roupas prontas de brechós e clientes, além de uma predileção pelas peças multiuso. Elas aparecem quase que como uma brincadeira.
“A gente faz um vestido, que se usado ao contrário vira macacão saruel, ou bermuda, ou calça, tudo conforme o jeito de usar, das amarrações do tecido. É um jeito de tornar a moda menos comercial e mais interessante”, explica Nélio, que tem roupas na sua loja para pronta-entrega, atende por encomendas e faz muito figurino para teatro e filmes.

Passagem por Londrina