Moda e beleza

Katia Michelle

Glória Kalil prepara livro para ensinar a se vestir nos “novos tempos”

Katia Michelle
08/10/2016 08:13
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A consultora Glória Kalil estava no Minas Trend e conversou como Viver Bem sobre moda, tendências e novos projetos. Foto: Bob Wolfenson/reprodução Facebook

Com um limite cada vez mais tênue entre o pessoal e o profissional, fica cada vez mais difícil saber como se comportar e se vestir em determinadas situações. Aquele jeans rasgado mega confortável vai para a reunião? Sabendo que o seu futuro chefe pode estar no churrasco de domingo, vale caprichar no visual e apostar em look um pouco mais formal? E quando o assunto são as redes sociais, dá para postar aquela foto saindo da balada, mesmo sabendo que os colegas de trabalho vão ter acesso?
Esse tipo de questionamento pode até parecer desnecessário, mas em novos tempos da economia, em que a separação entre a vida pessoal e profissional está cada vez menor, muita gente tem dúvida de como se comportar e se vestir para causar uma boa impressão. São novas maneiras de se conectar com o mundo, novas profissões que se desenham entre trabalhos “oficiais” e “inventados”. Para dar uma forcinha para quem não sabe como lidar com o tema, a consultora de estilo Glória Kalil está preparando um livro sobre o assunto.
E quando o assunto é moda no trabalho, aliás, a consultora é categórica ao defender o equilíbrio. Para ela, uma roupa muito na moda pode passar a impressão de uma pessoa fútil, por outro lado, um look conservador pode revelar uma pessoa desatualizada. Então, quais as regras? É o que ela pretende contar no novo projeto.
Ainda sem nome, o livro vai dar dicas de como se vestir e se comportar nos “novos tempos”. Com previsão de lançamento para o ano que vem, é um dos principais projetos de Glória no momento, mas claro, não o único. Aos 73 anos, ela não tem intenção de parar um só minuto. Alimenta o site de moda e tendências “Chic”, dá palestras e consultorias e também cobre – a pedidos – as principais semanas de moda do Brasil.
Foi no Minas Trend, que aconteceu entre os dias 4 e 7 de outubro, em Belo Horizonte, na correria do trajeto entre a sala de desfile e o estande exclusivo que ela tinha para trabalhar com sua equipe na cobertura do evento, que Glória Kalil conversou com o Viver Bem sobre as semanas de moda, tendência, futuro e sobre o livro que vai lançar em 2017. Acompanhe.
Você está fazendo uma cobertura exclusiva do Minas Trend. Como você avalia esse evento em relação a outras semanas de moda do Brasil?
Eu acho que essa semana de moda é importante porque é institucional. Tem uma estabilidade maior. Ela é bancada pelo estado, tem associações de classes envolvidas, então é uma feira muito estável. Isso dá mais confiança para o setor.
As semanas de moda estão mudando de formato. Ainda há espaço para este tipo de evento na nova economia?
As semanas de moda estão mudando um pouco as características. Estão indo para essa novidade que é o “ see now by now”,  ou seja veja agora e compre agora, que é uma coisa mais dirigida ao varejo. Bom, as feiras sempre foram direcionadas para isso, mas as semanas de moda, com os desfiles, focam nos lançamentos para uma próxima estação. Isso já está sendo cortado. Agora esses lançamentos vão todos na direção de ir em cima do varejo, sendo apresentado quando as coisas já estão na loja para serem adquiridas. Mas sempre vai ter espaço para esses eventos.
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E dentro desse contexto a gente ainda pode falar em tendência?
Sim. Porque tanto faz você se você detecta a tendência na hora em que ela é criada ou na hora que ela é mostrada. A tendência é a criação, a proposta dos estilistas e dos industriais para uma próxima estação. As novidades da próxima estação e as que são mais visíveis entre alguns estilistas são os que tornam tendências.
Como você avalia o mercado agora? Existe espaço maior para moda autoral, para os pequenos produtores, como vem acontecendo?
Acho que sim, existe espaço para todo tipo de mercado. É uma questão de adequação. Você adequar sua proposta com o mercado. Ter uma clareza e um foco muito grande na clientela que você quer atingir. Aí tanto faz o tamanho. O que acontece é que hoje em dia não dá é para ser amador. Qualquer negócio, seja ele pequeno ou grande tem que ter um business plan, tem que ter um controle financeiro. Não tem mais amadorismo nessa história como tinha antigamente. Não há espaço para amadorismo. Ou seja. Antigamente as meninas falavam: ah, eu tenho jeito para moda e viravam  estilista. Aí vai para o brejo mesmo. Hoje em dia tem que ser profissional.
E quais são os seus planos próximos?  Você está preparando um livro? Pode adiantar do que se trata?
O livro é para o ano que vem. É justamente uma orientação, uma conversa sobre etiqueta e moda dirigida para o trabalho. Nesse momento de transição e de trabalho oficiais e de trabalhos inventados, com novos empresários e novos colaboradores, dou dicas de como se comportar e como se vestir para enfrentar esses novos tempos.
Qual vai ser o nome do livro:
Ainda não faço a menor ideia (risos).