Não existe meio termo quando se fala em mules. Há quem os ame, há quem os odeie. Para o primeiro grupo, boas notícias – tudo indica que os sapatos abertos nos calcanhares ainda têm vida longa pela frente. Opções não faltam: vão da versão clássica, de bico fino e salto agulha, aos modelos flat e comfy, com direito a pelúcia estilo pantufa e tudo. Entre as grifes de luxo, Gucci, Dior e Dolce & Gabbana são algumas das muitas que levaram o estilo às passarelas ao longo das últimas temporadas.

Seja como for o tipo do mule e o gosto (ou desgosto) por ele, existe uma curiosidade histórica talvez comum a fãs e a haters. Quando foi criado, durante o século 16, o modelo era usado exclusivamente pelos homens.

Foi somente no século seguinte, quando o Renascimento deu lugar ao período Barroco, que os pés femininos da realeza também calçaram os sapatos de seda bordada e saltos Luís XV. Anos depois, os mules ganhariam laços ao redor dos tornozelos para facilitar a caminhada dentro do palácio. Surgia ali o primeiro protótipo da sapatilha.

Os dois têm o mesmo formato, mas o que os diferencia é o material e toda a simbologia relacionada a eles. O tamanco é a versão mais rústica do mule. Enquanto este é restrito à realeza, aquele é usado no campo; o mule é delicado e feito com bordados e tecidos requintados; o tamanco é simples e sem adornos.

A moda é reflexo dos comportamentos da sociedade. Em uma época onde se fala cada vez mais sobre conforto (da procura por calças de moletom no dia a dia ao uso de tênis esportivos com roupas sociais), fica fácil entender o ressurgimento da pantufa da corte em pleno século 21. O Viver Bem separou algumas inspirações de looks com mules de todos os estilos. Qual deles você usaria?