Sim, o tie-dye — técnica de tingimento de tecidos que divide opiniões — voltou. Mas em versões bem diferentes dos vestidões e das camisetas largas de algodão que Janes Joplin, John Sebastian e todo o movimento hippie adotou durante as décadas de 1960 e 1970. O contexto do tie-dye agora é outro: o típico efeito colorido de caleidoscópio ressurge em vestidos de seda, cardigãs, calças de alfaiataria e saias rodadas ao melhor estilo Bonequinha de Luxo.

Os sinais aparecem às pinceladas. Porém, quem dedica um olhar atento aos últimos lançamentos de designers icônicos não consegue negar que os momentos de glória do tie dye estão de volta. Cada um ao seu estilo, Miuccia Prada, Prabal Gurung e Maria Grazia Chiuri (Dior) retomaram algumas técnicas ancestrais do tingimento.

Para sua coleção de Primavera/Verão 2019, Miu-Miu escolheu as cores verde-limão e roxo para um efeito aquarelado em vestidos de alcinha bege com bordados circulares em pedrarias – uma referência nítida às mandalas e caleidoscópios vibrantes:

O nepalês Prabal Gurung, que hoje vive em Nova York, voltou às suas origens ao replicar as técnicas típicas do tingimento de Katmandu, Nepal, em tricôs e peças de alfaiataria clássica. Cores vibrantes como rosa e laranja são destaques de sua coleção Resort 2019.

Já Maria Grazia Chiuri, diretora-criativa da Dior, se inspirou nos motivos dos caleidoscópios para aplicar tons de roxo, vermelho, marrom, amarelo e branco em vestidos assimétricos, saias e quimonos de seda. O resultado é uma coleção de Primavera/Verão 2019 com atmosfera de sonho:

O termo tie-dye vem da união de palavras em inglês “tie”, que significa “amarrar”, e “dye” (em português, é traduzido como “tingir”). Embora seja usado para se referir a qualquer técnica de tingimento que produz efeitos de padronagens no tecido, existem centenas de formas diferentes de criar as estampas.

Em geral, culturas africanas e orientais são referência no assunto. Na Índia, um tipo de tie-dye é conhecido como Bandhani, por exemplo. A técnica surgiu por volta de 4.000 a.C e é reproduzida até hoje em algumas comunidades. No Japão, o tingimento de roupas que dá origem a padrões geométricos leva o nome Shibori; uma forma de obter o efeito das padronagens é dobrar o tecido como um origami.

Ainda está em dúvida sobre a volta do tie-dye? Separamos algumas inspirações de looks para você ver como é possível usá-lo de modo elegante no dia a dia: