Os significados da moda de Michelle Obama

Desde que o marido, Barack Obama, tomou posse da presidência dos EUA, em 2009, a primeira dama Michelle Obama conquistou a simpatia de pessoas de diferentes países e foi considerada uma das mulheres mais poderosas do Mundo, pela revista “Forbes”. Nesse mês, ela é capa da revista Vogue USA e foi clicada pela icônica fotógrafa Annie Leibovitz – responsável pelo calendário da Pirelli 2016, num ensaio histórico nas dependências da Casa Branca.

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No livro “Everyday Icon: Michelle Obama and the Power of Style”, da jornalista da revista “Times”, Kate Betts, é analisada a forma com que a primeira dama usa roupas para transmitir mensagens políticas. “À medida que Michelle começou a substituir as piadas sobre colocar as filhas na cama à noite pelos discursos públicos sobre política pública, paralelamente, foi ajustando o seu guarda-roupa, suavizando o visual e reforçando a ideia de acessibilidade através da sua roupa. Ela também deixou sua sensibilidade para uma moda mais vanguardista aflorar”, escreveu.

Recentemente, no encontro com sua sucessora, Melania Trump – que aconteceu no último mês, na Casa Branca -, a esposa de Barack Obama optou pelo tom de reconciliação tanto na fala, quanto na roupa. Para isso escolheu um vestido roxo (cor que representa o bipartidarismo e, de certa forma, a paz entre os republicanos e os democratas), do estilista Narciso Rodriguez. De origem latina, o designer é filho de imigrantes cubanos que vieram para os Estados Unidos no começo do século XX. Além de Narciso, durante o governo Michelle escolheu vestir trajes de estilistas modernos e menos conhecidos como o brasileiro Francisco Costa e a cubana Isabel Toledo.

A consultora de moda Rafaela Reis, explica que cada pessoa mistura diferentes estilos para criar a sua própria forma de se retratar por meio da moda. Em Michelle, a consultora enxerga a mistura do clássico com os estilos criativo e romântico. “O clássico está em todos os seus looks, que geralmente contam com saias até o joelho e vestidos com modelagem mais estruturada combinadas com casacos”, diz. A criatividade aparece nos diferentes acessórios, sendo eles broches, cintos ou colares; além do uso de cores mais intensas. O romantismo está nas modelagens rodadas, com estilo semelhante ao dos anos 1950 e alguns bordados. “Quando ela cortou a franja de forma reta ainda suavizou a sua imagem”. Rafaela reforça outra característica positiva que a diferencia de muitas primeiras damas: combinar marcas de luxo como Michael Kors e Marc Jacobs, Dior e Chanel com peças compradas em lojas de departamento, mostrando às mulheres de classe média que é possível vestir-se bem gastando pouco.