Moda e beleza

A grande vitrine

Bruna Bill
13/02/2011 02:26
Desde a primeira edição, em 2007, o Paraná Business Collection foi pensado não apenas como palco de moda, mas também como espaço de incentivo aos negócios. Este tem sido o “pulo do gato”: além de dar visibilidade para os criadores, o objetivo é alavancar o comércio dos produtos. O showroom reúne fabricantes locais e compradores de todo o país e do exterior, impulsionando negócios de forma inteligente.
Prova do sucesso é que, a cada temporada, o PBC registra maior mo­­vimentação nos balcões de negociação. “Não adiantaria criar um movimento para a moda e para os desfiles sem assegurar que isso gere negócios”, afirma Allan Marcelo de Cam­­pos Costa, diretor-superintendente do Sebrae/PR, uma das en­­tidades realizadoras do evento.
O showroom de negócios, que acontece no Cietep durante a semana de moda, traz a oportunidade de realizar novas parcerias, investimentos, divulgação e grandes vendas. “O evento é a vitrine de quem faz moda no Paraná. O PBC incentiva os produtores e possibilita contato com os compradores”, diz Marcos Tadeu Koslowski, coordenador do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário da Fe­­deração das Indústrias do Paraná (Fiep).
Aproximar fabricantes e lojistas cria uma relação que atende duas pontas: a demanda das indústrias e o desejo de consumidores de todo o Brasil. “O objetivo do showroom é a construção de uma cultura inovadora, gerando capacidades e competências para identificar soluções que melhor atendem as tendências de mercado”, afirma Rodrigo Costa da Rocha Loures, presidente do Sistema Fiep, também realizadora do evento.
De olho no mercado
Nesta quinta edição do PBC, são esperados mais de 4 mil compradores. Participam do showrom cerca de 50 marcas de todos os segmentos do vestuário, além fabricantes de produtos como acessórios e bolsas.
Alguns expositores, como a All Purpose, estão no evento desde o primeiro ano e veem o horizonte expandir a cada nova edição. “Logo no início já conseguimos colher bons frutos. Fechamos negócios, realizamos grandes parcerias, e conhecemos novos colaboradores. A cada ano conquistamos mais espaço e consolidamos a marca”, avalia Scharlles Ghizoni, um dos sócios da marca.
Para que vendas e prospecções de novos clientes aconteçam efetivamente, é preciso reunir investidores e compradores com real interesse – tarefa cumprida utilizando inteligência de mercado.
“Uma preocupação é identificar compradores com potencial de compra. Essa ação tem dado um bom resultado, refletindo no volume de negócios.Isso mostra que a estratégia é bem-sucedida”, diz o diretor-superintendente do Sebrae/PR.
O PBC também movimenta o mercado das agências de modelo. Só nesta edição, participam seis agências – Ford, Staff, DM, L’Agence, MN e Walk – responsáveis por 50 modelos por noite.
Para o produtor Clé Carrer, um dos responsáveis pelo casting (seleção das modelos para a passarela), o PBC está em sua maturidade, impulsionando inclusive carreiras fora do país. Modelos como Daiana Stein e Francisco Lachowski deram suas primeiras passadas no evento e hoje têm projeção no mundo fashion internacional.
Boas expectativas
Diante dos resultados visíveis, o interesse das marcas paranaenses em participar do evento é crescente. Algumas levam seus produtos para o showroom de negócios pela primeira vez. Uma das novatas é a Yet Jeans, do Grupo Latreille, que está no mercado desde 2006 . A empresa enxerga no PBC uma grande oportunidade para divulgar suas peças: com a participação no showroom, a meta é aumentar em 40% as vendas para 2011.
A Cristal Corsets – grife espe­­cializada na peça do vestuário feminino que virou fetiche da estação – também está expondo pela primeira vez e, pelas dimensões do evento, tem grandes expectativas.
“Conhecemos a importância do Paraná Business Collection. Nossa intenção é expandir a marca pa­­ra outros estados e levar aos consumidores um produto único, de alta qualidade. Preparamos várias novidades para o evento, inclusive peças exclusivas, como o corset masculino, inovação que será lançada no PBC”, conta Fabiane Dor­­nelles, empresária da marca.
Para que as marcas consigam alavancar as negociações, é preciso investir em profissionalização e preparo das empresas no relacionamento com os compradores.
“A edição de 2010 foi a primeira em que tivemos compradores de outros países. Rapida­­mente percebemos a necessidade de criar um processo mais sistematizado e qualificar as empresas para essa venda, construindo uma boa relação com os clientes”, ressalta Allan Costa, do Sebrae/PR.
Estar no PBC é o primeiro passo para a expansão das marcas, observa Carla Brustulin, coordenadora estadual do setor de vestuário no Sebrae/PR. “Parte das vendas é fechada durante o evento. A maior parcela de negócios acontece após a semana de moda, no decorrer do ano”, explica.