Moda e beleza

A receita do sucesso é muito trabalho

Michele Bravos
16/02/2011 18:30
“Moda que dá lucro” foi o tema da segunda palestra do primeiro dia do Seminário Felicidade, do V Paraná Business Collection, que ocorreu no auditório Caio Amaral Gruber / CIETEP. O palestrante Jorge Faccioni, empresário e autor do livro “The Black Book of Fashion – como ganhar dinheiro com moda”, levantou a bandeira contra o conformismo e lembrou que para se ter sucesso profissional é preciso colocar a mente para funcionar, criar diferenciais e trabalhar muito.
Faccioni expôs que felicidade não está associada a lucro, mas sim às vitórias. É como se cada conquista fosse um tijolo que constrói uma casa de felicidade.
O empresário também deixa claro que a mente precisa estar em constante alerta, buscando soluções onde existe um problema. Para isso, o ideal é procurar estímulos constantemente, com filmes, música, livros e demais referências. Ele cita a criação do facebook como um bom exemplo. “Não existe, no sul do Brasil, nenhuma empresa que valha perto de R$ 50 bi de dólares (valor estimado da rede social)”.
O espírito inquieto está sempre se questionando e progredindo. Para Faccioni, mesmo que a pessoa não saiba o que fazer, se ela tem vontade de caminhar para o sucesso isso já é um passo. Para ele, as pessoas precisam saber onde querem chegar e estudar esse caminho. “Você tem que jogar a bola para onde ela vai e não para onde ela está. Você precisa ter visão.”
Sentidos a seu favor
Todas as informações armazenadas no cérebro chegam até ele por meio de órgãos sensoriais. Aquelas lembranças marcantes só existem porque houve muita emoção envolvida na época do ocorrido.
A moda tem tudo a ver com isso, mas na maioria das vezes os sentidos explorados são apenas tato e visão. Em uma loja, por exemplo, é essencial que a música seja boa e tenha relação com a marca e que o cheiro seja característico daquele ambiente. Quanto mais único e agradável for o ambiente, mais atrativos são os produtos. Faccioni ressalta que as vendas de uma loja são proporcionais ao tempo que os clientes ficam dentro dela, por isso é preciso gerar envolvimento do cliente com a marca. “Se não tiver emoção, as pessoas não gravam. Isso precisa penetrar no inconsciente delas”.
Criador X Comprador
Mais que ter um cliente fiel, a marca precisa ter um cliente amigo – alguém que será o vendedor daquele conceito. O empresário afirma: “Só tem uma pessoa que sabe o que vai vender ou não, o consumidor final. Só tem um problema: ele muda de opinião o tempo todo.” Por isso, preocupar-se com o que o público quer e pensa é tão importante. Vem aí uma questão delicada, que envolve ego e dinheiro.
Se a pessoa quer fazer da moda a sua profissão e quer ter retorno financeiro com isso, em algum momento ela precisará ponderar a moda enquanto arte e a moda como produto vendável. Muitas vezes será preciso se perguntar: “Estou fazendo isso para mim, ou para os outros?”
Assista no vídeo a opinião de Jorge Faccioni sobre como a moda, vista como arte, pode agradar o público e gerar dinheiro.
Estágio na quitanda
A dica é: agir e pensar como um fruteiro de rua. Nessa função, sem paciência e sabedoria não há lucro. O empresário cita como exemplo o comerciante que precisa comprar a quantidade exata de banana para aquele determinado dia, para não correr o risco de no dia seguinte ter estoque de banana podre. Uma marca ou uma loja precisa de planejamento e não pode produzir para sobrar. É preciso pensar no futuro, mas viver um dia de cada vez. Faccioni pontua que a ansiedade leva ao estresse, o que gera infelicidade. Gente infeliz não produz, não cresce.
O empresário finaliza aconselhando que os profissionais de moda utilizem as mídias sociais, estejam muito bem informados sobre todas as áreas, priorizem a busca por aquilo que ainda não sabem e trabalhem muito, sem medo e sem preguiça do que pode vir.