A palestra mais esperada do 4.º Paraná Business Collection aconteceu na tarde desta terça-feira, no auditório do Cietep. O estilista paulistano Walter Rodrigues chegou por volta das 14h30, um tanto tímido, com as mãos no bolso, mas logo que pegou o microfone e começou a contar suas histórias, prendeu toda a atenção da plateia, totalmente lotada.
Sob o tema Inspiração, Criação e o Produto Moda, Walter fez um apanhado de suas influências e de sua trajetória desde que começou a pensar em moda. “Minha história é bastante peculiar. Não tive nenhum tio alfaiate, nenhuma tia costureira e não brincava de boneca”, iniciou, bem-humorado. O estilista falou também sobre a criação de sua marca, em 1992. “O telefone que eu dava como referência era o da minha casa. Um dia atendi uma ligação e ouvi ‘É da Walter Rodrigues?’ Pensei, como assim DA Walter Rodrigues, é O Walter Rodrigues! Ali eu entendi que tinha virado uma marca, não mais um nome”.
Entre imagens de suas criações e de suas referências, projetadas no telão do auditório, o estilista citou os temas que norteiam sua pesquisa: os anos 30 e 70; o masculino e o feminino; a antropologia; a armadura; e o século 19. Para os que estão iniciando no mundo da moda, Walter deixou seu recado. “Para quem fala que quer ser estilista porque é um mundo fashion, digo: caia fora. O trabalho é 90% de ralação e 10% de glamour. Mas se você quer e consegue passar boa parte do tempo de joelhos marcando barras de saia, vá em frente”, disse.
Aos 50 anos, Walter Rodrigues resumiu em duas palavras o que acha necessário para se estabelecer como estilista. Coragem, para acreditar no que está fazendo e seguir em frente com suas criações; e argumentos para explicar o conceito que envolve cada criação. “Se eu tenho três desenhos mas não sei explicá-los, eu não os vendo”, afirmou.
Após a palestra, o estilista participou de uma sessão de autógrafos de seu livro Walter Rodrigues: Coleção Moda Brasileira (Cosac Naify), em que documenta todo o seu processo de criação.
