Moda e beleza

Arte na cabeça

Elisa Lopes
25/02/2010 17:00
Ele nasceu prático. De início, servia apenas para proteger os homens, grandes defensores de suas tribos, dos dias de muito sol, de muita chuva ou de muito frio. Aos poucos, começou a ser notado por algumas mentes criativas, que, com o passar das décadas, transformaram-no em um grande ícone da moda. Ele, o chapéu, é o tema da exposição “Tire o Chapéu pro Chapeleiro (a)”, em cartaz na área de convivência do 4.º Paraná Business Collection, até amanhã (26).
De Chaplin a Indiana Jones, passando por Audrey Hepburn e Lampião, o chapéu – em seus diversos modelos, formatos e cores – está presente em inúmeros filmes, passarelas, cerimônias religiosas e também na cabeça das madrinhas de casamentos de campo, daqueles bem primaveris. Por acompanhar as mudanças de estilo de cada época, a peça também se destaca como uma importante fonte documental.
Na área de convivência do 4.º PBC, a chapeleira Tânia Ribas e mais duas profissionais da área, Lorenna Bertoli e Tiça Muniz, uniram-se a estilistas curitibanos para mostrar que a profissão de chapeleiro continua em alta. Ao todo, são 12 manequins exibindo chapéus dos mais variados estilos e roupas que completam a ideia do acessório.
Com Que Chapéu Eu Vou?
Na manhã desta quinta-feira (25), quarto dia do Paraná Business Collection, Tânia Ribas ministrou a oficina “Com Que Chapéu Eu Vou?”, para os interessados em aprender mais sobre o acessório. Desde o molde, em tecido quadriculado, até uma receita de goma caseira, os 23 participantes aprenderam passo a passo como criar um chapéu de festa, e ouviram algumas dicas da chapeleira, que trabalha na área há mais de 15 anos.
Recorta daqui, costura de lá. Entre uma agulhada no dedo e uma queimadinha com cola quente, eles ouviram dicas de etiqueta para o uso do acessório, de tecidos e arranjos para compor um look criativo e elegante. “Quando você vai a uma festa, pode estar com o vestido mais bonito. Se colocar um chapéu, ninguém mais olha nem para o vestido, nem para o sapato!”, disse a chapeleira.
Desde criança Tânia vive no mundo da chapelaria. Enquanto sua avó, vinda da Espanha, fabricava o acessório, ela, ainda pequena, brincava de produzir a peça para suas bonecas. Segundo ela, hoje há uma infinidade de materiais, modelos e tecidos diferentes, que podem ser utilizados na produção dos chapéus, “basta a criatividade e bom gosto!!”.
Confira a seguir alguns dos chapéus mais usados no século 20:
Cartola
Famoso na primeira década do século 20, teve seu auge ainda no século 19. Seu formato remete a estruturas surgidas durante a Revolução Industrial, como as chaminés cilíndricas.
Boné
O modelo de chapéu sem aba surgiu no final do século 19 e, desde então, sofreu diversas alterações. Ganhou popularidade com os jogos de beisebol americano.
Panamá
Originário do Equador, ganhou fama quando, em 1906, o então presidente Roosevelt visitou o canal do Panamá usando um exemplar. Suas imagens em revistas renderam a fama e o nome ao modelo.
Casquete
Modelo pequeno e raso, com aplicações de materiais como plumas, flores e rendas. Seu arranjo chega a ser mais importante que a base em si. Presente em todo o século 20, o modelo acompanhou as mudanças da moda.
Palha
Muito usado desde o século 19 para atividades de lazer, o chapéu de palha ganhou diferentes modelos e formatos durante o passar dos anos.