Formação abre caminhos para o mercado

A indústria da moda é a segunda maior empregadora do Paraná, com cerca de 90 mil trabalhadores que atuam em diversas áreas, da modelagem ao desenvolvimento de coleções. A demanda do mercado por uma melhor qualificação dos profissionais da área fez crescer a oferta de cursos de formação no estado: hoje são 27, entre cursos técnicos, de aperfeiçoamento, superior e pós-graduação.

“Gostar de moda é uma coisa, trabalhar na área é totalmente diferente”, afirma Annelise Vaine, coordenadora da pós-graduação em Moda e Gestão do Senai-PR. Ela aponta o conhecimento dos tipos de tecido e de técnicas de costura como essenciais para a formação de um bom profissional. No entanto, esses cursos nem sempre conseguem simular a rotina da produção de moda; por isso, o aluno é incentivado a buscar estágios profissionais ainda durante a graduação. “O estágio é a chance de errar, perguntar e aprender a argumentar. Mesmo que a empresa não seja o lugar ideal, o profissional tem chance de crescer”, afirma.

O curso de moda mais antigo do estado é o da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que teve a primeira turma em 1997. Para Dorotéia Pires, coordenadora do curso de Estilismo em Moda, o perfil da formação da UEL é voltado para a indústria. “Há dois grupos de profissionais formados aqui: os que vão para a indústria e os que optam pela carreira na área de ensino”, revela. Dorotéia chama a atenção dos jovens profissionais para alguns nichos que não são tão inchados quanto a área de criação e desenvolvimento de coleção. “Muitas empresas trabalham com marketing de moda e tem perfis variados, como a indústria do automobilismo, que tem essa preocupação”, diz. Há ainda os empreendedores, que desejam ter a própria marca de roupas.

Para incentivar a produção dos jovens talentos, o prêmio João Turin – entregue no último dia do Paraná Business Collection, evento de moda organizado na semana passada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) – lança todos os anos uma proposta de criação, em que os estudantes devem elaborar uma peça conceitual e uma comercial. Como a escolha dos looks vencedores é feita por profissionais da área – estilistas, fotógrafos e jornalistas de moda –, os candidatos começam a estabelecer uma rede de contatos. Além disso, o vencedor já conhece o mercado internacional, porque acompanha uma comitiva da Fiep para as cidade de Milão e Paris, em um roteiro por ateliês e espaços de moda de grandes grifes.