Moda e beleza

Silmar Alves encerra grade oficial com epopeia lapeana

Dani Brito
19/02/2011 00:44
E ele não decepcionou. Sua epopeia lapeana é um conjunto austero de looks com referência militar (sim, ele tirou mais do mesmo), artesania e moulage – uma construção que ele domina. O primeiro momento do desfile, que faz menção ao Cerco da Lapa, é o mais forte e onde prevalece seu DNA. Traz pesados vestidos de algodão maquinetado, com um minucioso trabalho em capitonê. As mangas são poderosas; em algumas peças o volume se encontra envolto ao pescoço. Nada é previsível : as saias vão dos comprimentos mide às assimétricas.
Algumas peças foram desfiadas à mão e têm efeito de franjas; outras têm pontos de brilho prata, seu metal eleito desta vez. Os volumes são deslocados, a silhueta é ajustada ao corpo; a cintura sempre em evidência.
A cultura e a história da cidade são retratados na aplicação dos indefectíveis pássaros criados pelo muralista Poty Lazzaroto no Monumento aos Tropeiros a algumas peças.
Silmar é um estilista que não abre mão de seus princípios. Consegue valorizar o trabalho artesanal em oposição à “desumanização” da moda. Ele, que faz questão de colocar a cultura de seu lugar em evidência, saiu reconhecido e aplaudido do desfile como um autêntico criador paranaense. É um encerramento a altura para este quinto PBC.