Moda e beleza

Bruna Covacci

Segundo dia de SPFW: Anos 1970, rendas, tecidos naturais e mais inspiração étnica e indígena

Bruna Covacci
15/04/2015 12:00
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O segundo dia da São Paulo Fashion Week começou com o clima mais intimista. Os desfiles da manhã foram feitos fora da sede do evento, o Parque Cândido Portinari, em apresentações para convidados. Na parte da tarde as apresentações se concentraram entre as duas tradicionais salas de desfile. Para começar, a estilista Paula Raia mostrou suas apostas para o verão 2016 dentro da sua casa. Fica claro o seu desejo da busca de novas texturas, com bodies volumosos e novos materiais com foco no trabalho artesanal. Sua mulher é forte, iluminada e exclusiva. Na paleta de cores estão os crus, representado nos tecidos e nas tramas, como cordas, fibras e teares naturais. Paula se inspirou no shibari, técnica japonesa de amarração corporal.
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A inspiração indígena voltou a marcar presença. Dessa vez, a Osklen foi buscar referência no povo Ashaninka, da floresta Amazônica. Como silhueta é reta e solta, a sensualidade e a feminilidade aparecem nas transparências. As sobreposições deixam as composições criativas. Os adornos que os índios usam e que servem de amuletos também são representados por acessórios, como as borrachinhas nos braços e pernas e as franjas de seda em bolsas e sandálias. Já a o pano em que as índias carregam seus bebês, grudados na cintura, rendem ideias para uma bolsa. Entre os materiais, seda, linho, organza de seda e moletom. Para incentivar o consumo consciente os outros tecidos são desenvolvidos pela Osklen com materiais sustentáveis. Entre eles estão a seda e a malha pet e o tricô reciclado. As cores são off-white, vermelho e preto. A print principal imita macro penas. O desfile aconteceu na Galeria Bolsa de Arte. Carol Ribeiro foi a estrela da passarela.
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Com cheiro de incenso e ao som do típico instrumento árabe, o derbake, a musa Carol Trentini abriu o desfile da Ellus, que passa o verão pra lá de Marrakech, propondo uma fusão cultural entre o seu jeanswear e o Marrocos. As amarrações, torções e pregas brincam com o volume e percorrem todas as peças. A famosa tapeçaria local apareceu no cenário do desfile e em texturas sofisticadas na indumentária reproduzida em estampas florais. As camisas fazem um contraponto high-lo aos tecidos elaborados como a renda guipure, as sedas e os metalizados com fio lurex. Também não ficaram de fora as referências esportivas. As cores lembram areia, marrom e cáqui. No jeans, destaque para o bordô levemente envelhecido e modelos práticos, como o jogging denim, trazendo conforto para a estação mais quente do ano.
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Para o verão em que a Água de Coco comemora 30 anos de história, não podiam faltar as estampas exclusivas e a sofisticação. Com a presença da curtibana Isabeli Fontana, o desfile foi inspirado no livro Mãos que Fazem História, das jornalistas Cristina Pioner e Germana Cabral (Editora Verdes Mares) e traz a riqueza dos trabalhos das artesãs de diversas comunidades do Ceará. Não por acaso, a trilha sonora era “Mulher Rendeira”. Na matéria-prima o linho, seda pura e, claro, lycra. As modelagens mais amplas trazem personalidade e feminilidade aliadas aos detalhes em handmade. Tons terrosos, neutros e esverdeados compõem a cartela de cores. Nas estampas, cactos, palha com coco feita em bordado rechilieu, pacavira (planta típica do Ceará), falésias e velas do Mucuripe. Os acessórios, cortados a laser, também lembram rendas. Os tops continuam maiores e há espaços para calcinhas míni ou no estilo hot pant.
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O ponto de partida da Lilly Sarti foi o trabalho dos fotógrafos Helmut Newton, Gosta Peterson e Watanabi Katsumi. O estilo é o comportamento da década de 1970 (com direito até ao lencinho amarrado no pescoço!), aliados à liberdade de mulheres icônicas da época, como as atrizes Jacqueline Bisset e Charlotte Rampling. As calças flare e boca de sino ganham destaque. Os tecidos leves trazem movimento e fluidez. Quimonos e franjas representam o estilo. Saias e chemisiers longos fazem um contraponto com calças e tops cropped. Camurça, devorê, jacquard e tule de seda, chiffon e jeans são os materiais da coleção. Entre as cores, tons terrosos, verde, azul e vermelho.
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A Sacada de Priscila Darolldt trouxe um futurismo retrô com a ilusão de ótica da op art e as estampas e cores do pop art. Na matéria-prima o grande destaque foi o tricô. A seda apareceu em versão devorê, ao lado da malha, é claro, e do algodão piquet. O acrílico e o verniz serviram para arrematar as peças. Elementos gráficos como bordados de flores com retícula poá, o listrado ótico e a pincelada à la Lichtenstein deram toque artístico à estamparia. Os cortes são retos e há destaque para as fendas. O macacão aparece com destaque mais uma vez, assim como as bermudas longas. Completando os looks, sandálias flatform laqueadas com flores de verniz, bolsas bordadas em ráfia ou verniz e bijoux em acrílico transparente.
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Com um DNA do sport chic Juliana Jabour apresentou uma releitura setentista com pegada boho atual. Batas, túnicas, saias mídi, macaquinhos e vestidos longos se destacaram entre as silhuetas leves e fluidas. O trabalho em bordados e o plissado são os destaques da coleção. Entre os materiais estão a renda guipir, georgette de seda e tricô. A cartela de cores é uma das mais divertidas. Os clássicos branco, preto e off-white se combinam ao verde, azul, ferrugem, amarelo e vermelho. Juliana ainda mostrou peças da coleção cápsula da Lez a Lez.
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As sereias da Trya encantaram a todos no último desfile. Com uma coleção que retrata o amor entre uma sereia e um surfista, capaz de deixar marcas na pele como tatuagem, as peças apareceram sensuais. Com muitos recortes, telas, vazados e prints de todos os estilos (gráficas, de surfe, noventinha, com motivos marinhos, tribais e até desenhos tipo tattoos), os maiôs e biquínis chegam para satisfazer todo tipo de mulher. Há biquínis mais fechadinhos, com decotes diferentes nas costas, calcinhas micro, hot pants e muitas aplicações de rendas diferentes. O handmade é destaque mais uma vez. As mangas continuam sendo representadas na passarela. Como saídas de praia, quimonos, batas em georgette, calças e macacões. As peças apresentadas podem ser usadas nas areias ou longe delas.
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