O brasileiro não janta mais como antes e a tendência é que a refeição fique cada vez mais "leve". A constatação da antropóloga co-coordenadora do grupo de pesquisa Culturas de Consumo junto ao CNPq e diretora da Associação Nacional de Estudos do Consumo, Lívia Barbosa, está baseada em pesquisa de hábitos de consumo, apresentada durante o 6º Congresso Brasileiro de Nutrição e Câncer, realizado este ano. A mudança nas rotinas e o receio de doenças crônicas vasculares fizeram com que o jantar fosse repensado por 86% dos entrevistados, sendo que 30% mudaram os hábitos noturnos, transformando a refeição em algo mais próximo do lanche. Veja mais informações da pesquisa feita pela antropóloga:
O fim do jantar?
Há uma tendência de ele se transformar e está em processo de mudança para uma refeição mais leve, mas o jantar não vai acabar. O "leve" não diz respeito ao sentido nutricional, mas sim ao comparar pão, leite, café, fruta e iogurte com arroz, feijão, carne e farinha.
De noite, leite mais café
Os dados sobre refeição da pesquisa sobre hábitos alimentares indicam que itens como leite e café não aparecem no almoço, mas têm espaço no jantar. Isso indica que algumas pessoas estão substituindo o tripé tradicional por outro tipo de refeição no jantar.
Mudanças pontuais
Mais próximo do fim de semana, o jantar tende a mudar de padrão. As pessoas não comem a mesma coisa na segunda e na sexta à noite, quando vigora a lógica do fim de semana e há mais liberdade para comer coisas que não comeria em uma quarta-feira. Se durante a semana a refeição se insere em exigências maiores, no fim de semana as pessoas decidem o horário, o local e o que comer.
Troca em vista
Outro dado da pesquisa indica que 2% dos entrevistados substituiriam o almoço por um lanche, mas 88% dizem que eles teriam a tendência para alterar seu jantar por algo mais leve.
Tendência à mudança
A mudança do jantar pode ser atribuída à busca por pratos mais simples e práticos. O medo de doenças crônicas vasculares também leva a escolhas menos pesadas.
Allmoço alterado
O almoço tem se tomado uma refeição de grande ênfase na substância, que leve mais tempo a digerir, para durar toda a tarde. Multiplicam também os beliscos.
O perfil dos lanchinhos
Com esta mudança que se desenha, o lanche tradicional, substancioso, dá espaço a algo mais simples e leve, como frutas e iogurtes. As pessoas também têm lanchado um número de vezes maior. Em média, as pessoas têm quatro refeições por dia (café da manhã, almoço, lanche e jantar), mas existem oito oportunidades temporais para o lanche.
