Saúde e Bem-Estar

Da redação

5 protetores solares têm proteção menor do que diz a embalagem

Da redação
29/11/2016 09:00
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(Foto: Bigstock)

Dez marcas de protetores solares voltados para o rosto foram analisadas pela Proteste, entidade sem fins lucrativos em prol da defesa do consumidor brasileiro, e metade não atingiu o desempenho esperado, com uma proteção menor que a indicada na embalagem. Quem sai prejudicado é o consumidor, conforme explica a entidade em comunicado, pois paga pelo produto conforme o Fator de Proteção Solar (FPS), além de estar menos protegido dos efeitos dos raios solares.
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As marcas que tiveram a eficácia testada e não atingiram os FPS registrados na embalagem foram: Sundown, L’Oréal, ROC, Sunmax e La Roche-Posay.
A norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite uma variação de até 17% em relação ao valor informado na embalagem, de acordo com a Proteste. No entanto, nenhum produto apresentou uma variação menor que 17%, todos acima. O protetor solar do La Roche-Posay, inclusive, apresentou uma variação de 42% menor que o FPS indicado na embalagem.
A proteção contra os raios tipo A (UVA) também foram analisadas nos produtos. Desde 2012, os protetores devem ter uma proteção UVA que seja um terço do FPS. Um protetor com FPS 60, por exemplo, precisa de proteção UVA igual a 20, pelo menos. Neste aspecto, o protetor solar da L’Oréal teve um desempenho ruim porque apresentou 26% do FPS rotulado – ao invés dos 33% exigidos.
“Foi a quarta vez que a Proteste fez teste com protetores solares (agora na versão para o rosto) tendo persistido o problema de discrepância entre o indicado nos rótulos e o que o laboratório constata de proteção oferecida. A Proteste solicita uma fiscalização mais adequada dos produtos comercializados para evitar estes reiterados descumprimentos”, afirma o comunicado da entidade.
(Foto: VisualHunt)
(Foto: VisualHunt)

Respostas das marcas

A Johnson & Johnson Consumo, responsável pelas marcas Sundown e ROC, enviou comunicado à imprensa alertando que não teve acesso à metodologia usada no estudo da Proteste, “(…) o que impede uma análise concreta e fidedigna dos resultados”.
Responsável pelas marcas L’Oréal e La Roche-Posay, a L’Oréal disse em comunicado enviado à imprensa que “refuta, de forma absoluta, os resultados apresentados pela Proteste e desconhece os critérios utilizados na realização dos testes em protetores solares conduzidos por esta entidade”.
O grupo encaminhou também os resultados de testes conduzidos nos laboratórios Dermscan, IEC France e Poland Dermscan, em que os fatores de proteção solar (FPS) se apresentavam superiores aos descritos nas embalagens dos produtos.
A Stiefel, empresa do grupo GSK, responsável pela marca Sunmax, afirmou em comunicado à imprensa que, por não ter sido convidada a participar do estudo da Proteste, desconhece as condições sob as quais o estudo foi realizado, assim como a análise dos dados, quantidade de voluntários participantes e as documentações e aprovações exigidas.
“Por fim, a Stiefel considera que a divulgação do resultado de qualquer estudo de forma inadvertida e sem que haja uma investigação mais profunda dos desvios encontrados é uma temeridade e presta um desserviço ao consumidor”, de acordo com parte do comunicado.

“Os resultados mostrados pela Proteste devem ser analisados com muita cautela”, pede Sociedade Brasileira de Dermatologia

Em comunicado no site da entidade, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) pediu cautela à população na hora de analisar os resultados da pesquisa divulgada pela associação de defesa do consumidor e diz não reconhecer os resultados. O motivo seria que as “variações de métodos podem produzir resultados díspares, levando a conclusões equivocadas”.
“Os testes que medem a proteção à radiação UVB chamado FPS e os testes que medem a proteção à radiação UVA são complexos, com pormenores e detalhes técnicos que podem interferir significativamente no resultado final. (…) A Sociedade Brasileira de Dermatologia entende que, sem a análise detalhada dos dados completos relativos ao estudo publicado pela Proteste, NÃO pode reconhecer os resultados apresentados”, diz o texto.

Cuidados na hora de tomar sol

Para peles extremamente sensíveis a queimadura, a sugestão dos especialistas é que procure por protetores com FPS maiores que 50 e menores que 100.
Quem for muito sensíveis, o FPS pode ser de 30 a 50.
Às peles moderadamente sensíveis, a proteção vai de 15 a 29,9 e às peles pouco sensíveis, o FPS deve ser acima de 6, até 14,9.