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A atividade física para adultos tem papel importante na prevenção aos cânceres de cólon, mama, endométrio, rins, bexiga, esôfago e estômago. Foto: Bigstock.
A atividade física para adultos tem papel importante na prevenção aos cânceres de cólon, mama, endométrio, rins, bexiga, esôfago e estômago. Foto: Bigstock.| Foto:

Quem já tentou mudar a alimentação, incluir exercício físico na rotina e perder o peso acumulado, sabe que o caminho nem sempre é fácil. Apoio e estímulo, especialmente durante o início das mudanças, são fundamentais, e envolvem diferentes frentes de atuação.

Procurar a orientação de um nutricionista e se matricular em uma academia são, em geral, as primeiras atitudes. Isso, porém, não é o suficiente para muita gente, já que podem surgir percalços como alterações fisiológicas e falta de motivação para seguir nos treinos.

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Foi diante dessas dificuldades que via no consultório que a nutricionista Liz Soca percebeu que os pacientes precisavam do apoio de outros especialistas, como um nutrólogo e um coah, por exemplo. Surgiu então a ideia de criar o Programa Reset, que propõe um serviço de emagrecimento integrado, com a ajuda de diversos profissionais da saúde.

“A mudança de hábitos envolve várias áreas, e às vezes o problema não é só a alimentação da pessoa. Ela pode ter dificuldades em se manter focada ou não consegue incorporar a atividade física. Ou ela perde peso rápido mudando a alimentação, mas não sabe o tipo de massa que está perdendo. A questão emocional, que o coach trabalha, favorece resultados mais efetivos, duradouros e sustenta a mudança como estilo de vida”, diz a idealizadora do programa.

Cuidando das expectativas

O papel da “life coach” nesse processo de emagrecimento pode não parecer tão claro, mas ajuda a rebater todas as desculpas que surgem pelo caminho. Das mais comuns, segundo Sarita Fontana, coach e também cientista de alimentos, estão a expectativa versus paciência e o “não sei incluir isso na minha vida”.

“A grande maioria das pessoas espera resultados imediatos e trabalhar essa expectativa é um desafio. A vitória de uma semana para outra não será um grande emagrecimento, mas perceber que ela mudou a forma como encarava certos alimentos, ou entender que a substituição de um alimento por outro veio sem sofrimento, ou que ela conseguiu incluir uma atividade física”, ressalta Fontana, que reforça a importância em celebrar as pequenas vitórias.

O coach também auxilia na implementação do plano alimentar.  “A gente olha a recomendação da nutricionista e traduz aquilo para a vida real. Seja encontrando um sacolão de frutas e verduras no caminho entre casa e trabalho, achando receitas diferentes ou fornecedores para quem não gostar de cozinhar.”

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Outro papel do profissional é na construção de novas expectativas. “Às vezes o ganho é muito mais na reavaliação e entendimento que a saúde se constrói a longo prazo. Não é uma loucura de pouco tempo e, depois, voltar a se alimentar mal ou ser sedentário. Não funciona assim. O papel do coach é muito nesse sentido, de entender a necessidade de cada um e construir objetivos naquilo que é possível”, salienta Fontana.

Exercícios físicos na rotina

Adotar exercícios físicos também faz parte do programa (sob orientações de Fernanda Maranha, personal trainer). O contato é feito via mensagens e aplicativos de conversa, por onde são enviados três treinos por semana, a cada dois dias.

“São treinos em que a pessoa aprende a usar o próprio corpo para movimentos que acelerem o metabolismo para a perda de peso. A ideia é que ela enxergue o corpo como uma das ferramentas para atingir o objetivo, que pode ser o emagrecimento”, explica a profissional.

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Também são propostos desafios que ensinam como incorporar a atividade física no dia a dia, fora dos treinos programados. “Em um dia da semana, não se usa elevador, só escada. Ou, faz todas as atividades daquele dia a pé. Num fim de semana, vai ao parque e faz uma sequência de treinos por lá. São mudanças de comportamento em relação ao exercício“, reforça Maranha.

Treinos a distância não ajudam todo mundo

A falta do contato presencial com o personal trainer pode não interferir na adesão dos pacientes mais acostumados, mas entre os sedentários talvez seja preciso mesclar o programa a uma academia ou outro profissional que esteja presente fiisicamente.

O  personal trainer da Koatch Cristiano Parente, eleito o Melhor Personal Trainer do Mundo em 2014, acredita que estar próximo do cliente facilita na adesão aos exercícios.

Serviço ajuda quem quer emagrecer, mas não consegue só com academia e dieta

“Mudar o comportamento é um processo complexo e se o profissional conseguir captar muitas informações da pessoa, isso sempre vai ser mais interessante. Presencialmente é muito mais fácil para o especialista olhar e entender o que a pessoa expressa, seja pela postura, por uma leitura emocional. São detalhes que talvez eu não consiga através de mensagens, voz ou texto. Não sou contra a ideia de orientação online, que é uma tendência, e acho que pode ser complementar”, frisa o personal.

O contato presencial facilita a continuidade, crê a personal trainer Ana Cristina Huber, principalmente entre quem foi sedentário por muito tempo.  “Os clientes normalmente filmam o treino e os profissionais que fazem esse acompanhamento online realizam as correções necessárias. O modelo ideal seria estar ao lado da pessoa, para manter um apoio emocional e adaptar o treino”.

Riscos?

A ausência física do profissional de educação física também suscita a dúvida sobre os riscos que a pessoa, praticando sozinha, pode ter — mas esse perigo é mínimo, conforme os especialistas ouvidos pelo Viver Bem.

“Uma orientação para a pessoa fazer movimentos que ela já faz no dia a dia, como uma caminhada ou escada, acho completamente viável ser online. São movimentos básicos e que podem ser feitos por todos. Mas se a pessoa tem um histórico ruim de mobilidade, já limito o que posso transferir de treino para ela via internet”, diz Parente, que completa: “A aprendizagem de habilidades mais complexas, com cargas mais intensas, ou de esforços próximos do limite aumenta o risco de uma pessoa cometer um erro e, provavelmente ela não vai se machucar, mas pode não fazer o exercício da maneira mais eficiente ou da forma como o professor imaginou que faria”.

Fernanda Maranha, a personal trainer do Programa Reset, também lembra que o avanço dos treinos é calmo e progressivo, conforme a evolução do paciente. “Atendo um público bem diversificado. Muitas pessoas começam do zero, mas também tem aqueles que já tentaram de tudo e não conseguem manter. Deixamos os treinos bem dinâmicos e ela vai descobrindo com o corpo sendo o principal meio de movimento”, reforça.

Serviço:

O Programa Reset inclui consultas com a nutricionista, Liz Soca e com o médico Paulo Asaiag, especialista em nutrologia e medicina do esporte, que realizam avaliação física para checar a composição corporal, hábitos de vida e objetivos, e pedem exames que verificam metabolismo e hormônios. Ao longo de dois meses, são realizados dois encontros com cada profissional. Na segunda etapa, a pessoa é direcionada à personal trainer, Fernanda Maranha, e à life coach Sarita Fontana. Os desafios semanais são enviados pela educadora física via whatsapp cada dois dias, e o apoio emocional da coach é realizado a cada 15 dias. O programa tem o custo de R$ 2.600.

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