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Caravelas possuem superfície em tom azulado ou roxo. Foto: Pixabay
Caravelas possuem superfície em tom azulado ou roxo. Foto: Pixabay| Foto:

Enquanto no litoral Sul do país é comum encontrar as águas-vivas pequenas, que não chegam a causar acidentes graves, os banhistas que forem visitar as praias do Norte e do Nordeste do país nesse verão devem ficar atentos, pois podem se deparar com as caravelas, uma parente mais venenosa das águas-vivas. “As caravelas são sempre perigosas e, embora às vezes apareçam no litoral do Paraná e de Santa Catarina, são mais comuns da região da Bahia para cima. Uma só caravela pode atingir até 4 ou 5 pessoas“, explica Vidal Haddad Junior, médico dermatologista, professor da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) e pesquisador há mais de 30 anos de acidentes com animais aquáticos.

Um em cada mil acidentes em cidades litorâneas é causado por animais marinhos. Entre os animais que mais causam esses acidentes estão os ouriços-do-mar, águas-vivas, caravelas e peixes venenosos, como bagres. Mais raramente, arraias e peixes-escorpião. 

Caravela x Água-viva

A água-viva é transparente, o que dificulta sua identificação dentro da água. Foto: Pixabay
A água-viva é transparente, o que dificulta sua identificação dentro da água. Foto: Pixabay

O que diferencia a caravela da água-viva pequena é o fato da primeira possuir tentáculos que podem chegar a até três metros de comprimento. E, conforme alerta o médico: quanto maior o tentáculo, mais grave poderá ser a lesão. “É um animal perigoso porque os tentáculos longos podem gerar lesões maiores e, em geral, machucados com mais de 20 cm tendem a ser mais grave”, completa. Outra diferença é que a caravela pode ser identificada facilmente à distância por sua bolha azulada que fica por cima da água, enquanto as águas-vivas são transparentes e podem passar desapercebidas.

Água-viva: transparente e raramente é visível quando estão na água.

Caravelas: pertence ao mesmo grupo que as águas-vivas, os cnidários, mas as possuem uma bolsa púrpura ou avermelhada que flutua por cima da linha da água e, portanto, é vista com mais facilidade. 

>> Como cuidar da “queimadura” da água-viva?

Sintomas e primeiros socorros

Os acidentes com as diferentes espécies de águas-vivas são, em geral, de pequena a média gravidade. Ainda assim, exigem atenção e cuidados. Os machucados, popularmente chamados de queimaduras, costumam deixar marcas avermelhadas que podem ser muito dolorosas. “O veneno arde como uma queimadura, mas é menos tóxico do que o das caravelas. É mais raro, mas o veneno da água-viva também pode causar alergia”, explica Vidal Haddad Junior.

Após o acidente, saia da água imediatamente, para evitar novamente o contato com o animal. A sensação imediata será de ardência. Em caso de febre, enjoo, tontura, cefaleia, dor de cabeça, vômito e arritmia cardíaca procure um médico pois podem indicar que o acidente foi mais grave. Os sintomas podem surgir até 24 horas depois do contato com o animal.

Não cometa esses erros 

Sentiu as dores do veneno da água-viva ou da caravela? Saia da água e não tente tirar os tentáculos da pele. Confira abaixo o passo a passo do que fazer depois disso, conforme orientações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático:

Lave a área afetada. Lave com bastante água, mas não se esqueça: água salgada. Não use água potável ou mineral pois pode aumentar a dor.  Usar vinagre para a limpeza ferimento ajuda a neutralizar a ação do veneno.

Não lave com urina, pasta de dente, pomada ou qualquer outro produto. A urina pode infeccionar a região afetada, e os demais produtos tendem mais a prejudicar do que aliviar.

Não tente retirar os tentáculos usando uma toalha ou pano. Esfregar a pele pode liberar ainda mais veneno dos tentáculos. Retire os tentáculos usando água salgada e com a ajuda de uma pinça ou usando luvas. Em seguida, lave o local novamente.

Nunca mexa com a água-viva encontrada na praia. Risco de acidentes aumentam no verão (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo / Arquivo)
Nunca mexa com a água-viva encontrada na praia. Risco de acidentes aumentam no verão (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo / Arquivo)| GAZETA

Dúvidas comuns:

Posso passar protetor solar na pele?

Por ser uma ferida aberta, não é aconselhável passar nenhum produto químico, como os protetores solares. Faça uma proteção física usando uma roupa com fotoproteção, por exemplo. Se puder, evite qualquer exposição ao sol.

Qual remédio posso tomar?

O uso de medicação deve ser feito apenas com indicação médica, ainda que, em geral, não exista contra-indicação para medicamentos de controle da dor, como analgésicos.

Preciso passar pomada no local?

Também apenas com a indicação médica. Algumas pomadas com corticoides podem ajudar a melhorar os sintomas. Antes de usar qualquer tipo de medicamento, prefira as orientações básicas: água salgada e vinagre.

Vai deixar marcas?

Depende muito da profundidade da lesão, mas ferimentos superficiais não deixam marcas e desaparecem em poucos dias. Se houver formação de bolha e infecção, é possível que fique alguma marca.

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