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Alimentos com excesso de açúcar devem ter impostos altos, defende relatora da ONU

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18/10/2019 17:53
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ONU defende aumento nos impostos de alimentos ricos em açúcar Foto: Bigstock.

Mesmo com a existência de múltiplas opções de alimentos, a baixa qualidade e o excesso de açúcares, gorduras saturadas e sal na comida são responsáveis por uma “epidemia” de pessoas má alimentadas ao redor do planeta.
Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que haja 2 bilhões de indivíduos com obesidade ou sobrepeso, ao mesmo tempo em que 820 milhões estão em situação de insegurança alimentar.
Relatório divulgado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) evidencia uma tendência global de crescimento de problemas nutricionais, mais graves em quem está no início da vida:

Uma em cada três crianças com menos de 5 anos enfrenta subnutrição ou sobrepeso, em número que chega a 200 milhões.

Impostos mais caros

A relatora especial da ONU sobre o direito à alimentação, a turca Hilal Elver, defende o aumento dos impostos sobre os alimentos com excesso de açúcar, para que as pessoas “pensem duas vezes” antes de comprar o produto, e faz comparação com a tributação do tabaco.

“A maneira mais eficaz pela qual os governos em todo o mundo restringiram o uso de cigarros é tributando-os em níveis muito altos”, afirmou. “Acredito que seja totalmente apropriado fazer o mesmo.”

Hilal destaca ainda a importância da educação na promoção de dietas de qualidade e das políticas governamentais para incentivar o consumo de alimentos mais saudáveis. Na prática, a função da relatora da ONU é analisar, de maneira independente, questões relacionadas a alimentos e direitos humanos em todo o mundo.
Ela diz, por exemplo, que a combinação de más dietas, a falta de tempo para cozinhar e táticas de marketing “agressivas” da indústria alimentícia contribuem para o aumento do sobrepeso. E entende que os governos ao redor do mundo não estão atuando com a seriedade que deveriam.
“Com as mudanças climáticas e a obesidade causando sérias ameaças à saúde humana em todo o mundo, seria de esperar que os governos estivessem se movendo com um maior senso de urgência. Infelizmente, não estão”, afirmou.
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