Saúde e Bem-Estar

Redação

Conheça as 10 doenças e cenários “inimigos” da saúde para 2019

Redação
23/01/2019 17:00
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Desafios para a saúde em 2019: OMS lista 10 doenças e cenários problemáticos. Foto: Bigstock

Dos movimentos contra as vacinas a epidemia de ebola, a Organização Mundial da Saúde (OMS) listou os 10 principais “inimigos” da saúde para que o munto todo fique atento em 2019. Além de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, a entidade chama atenção para as ameaças de epidemias de influenza, dengue e mesmo o HIV.
A lista faz parte de um plano da OMS, que foca na meta de garantir acesso universal à saúde e proteção contra emergências médicas a um bilhão a mais de pessoas no mundo. E a outro 1 bilhão, a oportunidade de desfrutar de mais saúde e bem-estar. “Alcançar essa meta vai exigir atenção às ameaças à saúde a partir de uma variedade de ângulos”, aponta a OMS, em comunicado no site.

Embora algumas questões caibam aos governos e entidades de saúde, cada cidadão pode colaborar no combate a alguns dos principais inimigos da saúde.

Na prevenção às doenças não-comunicáveis, por exemplo, evitar o sedentarismo e adotar hábitos mais saudáveis são os primeiros passos.  

Confira abaixo as 10 principais ameaças à saúde listadas pela OMS:

1 – Poluição do ar e mudança climática

Poluição do ar e mudanças climáticas são a principal preocupação da OMS por malefícios à saúde mundial (Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo / arquivo)
Poluição do ar e mudanças climáticas são a principal preocupação da OMS por malefícios à saúde mundial (Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo / arquivo)
De acordo com dados da OMS, a cada 10 pessoas, nove respiram ar poluído todos os dias no mundo. Portanto, essa é considerada a principal ameaça à saúde em 2019, visto que os poluentes microscópicos são capazes de penetrar nos sistemas circulatório e respiratório, danificando pulmões, coração e cérebro.
Estima-se, conforme a Organização, que sete milhões de pessoas morram prematuramente todos os anos de doenças associadas à poluição, como câncer, enfartes e doenças no pulmão e coração.

Cerca de 90% das mortes acontecem em países de baixo ou em desenvolvimento, onde há grandes volumes de emissão dos poluentes via indústria, transporte e agricultura. 

A principal causa da poluição do ar é a queima de combustíveis fósseis, que também vem a ser um dos maiores responsáveis pela mudança climática. Entre 2030 e 2050, a mudança climática será responsável pela morte de 250 mil pessoas a mais, todos os anos, geradas pela desnutrição, malária, diarreia e calor.

2- Doenças não-comunicáveis

Correr e se exercitar ajudam no combate às doenças não-comunicáveis (Foto: Daniel Caron / Gazeta do Povo / arquivo)
Correr e se exercitar ajudam no combate às doenças não-comunicáveis (Foto: Daniel Caron / Gazeta do Povo / arquivo)
Diabetes, câncer e doenças cardíacas são responsáveis por mais de 70% de todas as mortes no mundo todo – algo em torno de 41 milhões de pessoas, conforme o alerta da OMS. É contabilizada nessa conta a morte prematura de 15 milhões de pessoas entre 30 e 69 anos.
O motivo pelo qual essas doenças têm crescido no mundo — gerando o alerta da Organização — está nos fatores de risco associados a elas, como: uso de cigarro, inatividade física, uso danoso de álcool, dietas não saudáveis e poluição do ar.
Os mesmos fatores de risco também aumentam as doenças mentais, que podem surgir em uma idade mais precoce. Metade de todas as doenças mentais começam a partir dos 14 anos, mas a maioria dos casos passa despercebido e sem receber o devido tratamento. Suicídio é a segunda causa de morte entre os jovens de 15 a 19 anos.

3-Pandemia de influenza global

O medo de uma nova epidemia de influenza coloca a doença na lista de prioridades da OMS (Foto: Antonio Scorza / Gazeta do Povo / arquivo)
O medo de uma nova epidemia de influenza coloca a doença na lista de prioridades da OMS (Foto: Antonio Scorza / Gazeta do Povo / arquivo)
O mundo terá de enfrentar uma nova pandemia de influenza, segundo a OMS. A única dúvida, por enquanto, é de quando e quão severa ela será.

Embora a Organização afirme que esteja constantemente monitorando a circulação do vírus influenza (são 153 instituições e 114 países envolvidos na vigilância), a recomendação é que cada um faça a sua parte e se proteja, através da vacinação. 

“Todos os anos, a OMS recomenda as cepas que devem ser incluídas na vacina da gripe para proteger as pessoas da gripe sazonal. No caso de uma nova cepa da gripe ter o potencial de uma pandemia, a OMS configurou uma parceria única para garantir acesso efetivo a diagnóstico, vacinas e tratamentos antivirais, especialmente em países em desenvolvimento”, alerta a OMS.

4-Cenários vulneráveis e frágeis

Locais vulneráveis estão entre as ameaças à saúde em 2019 (Foto: Simon Maina / Divulgação)
Locais vulneráveis estão entre as ameaças à saúde em 2019 (Foto: Simon Maina / Divulgação)
Mais de 1,6 bilhão de pessoas – algo em torno de 22% da população mundial – vive em locais com crises constantes e sem acesso aos cuidados básicos de saúde, gerados pela seca, fome, conflitos, entre outras questões.
Esses cenários estão em praticamente todas as regiões do mundo e representam metade das metas e desafios do desenvolvimento sustentável, incluindo aprimoramento do cuidado com a saúde materna e infantil.

5 Resistência antimicrobiana

Uso sem consciência de medicamentos antibióticos contribui para resistência antimicrobiana (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo / arquivo)
Uso sem consciência de medicamentos antibióticos contribui para resistência antimicrobiana (Foto: Letícia Akemi / Gazeta do Povo / arquivo)
Um dos maiores sucessos da medicina moderna, a efetiva ação dos medicamentos antibióticos e antivirais está cada dia menor. Isso porque a resistência antimicrobiana (ou a habilidade de bactérias, vírus e parasitas, além dos fungos, resistirem a esses medicamentos) tem crescido e ameaça comprometer o tratamento de infecções importantes, como pneumonia, tuberculose, gonorreia e salmonela.
Dos culpados, o cidadão comum tem papel fundamental no combate a resistência desses micro-organismos. Cada vez que uma pessoa encerra o tratamento antes do prazo previsto pelo médico, ou faz uso de um medicamento antibiótico pela metade, favorece o fortalecimento da bactéria ou do micro-organismo.

6-Ebola e outras doenças com alta ameaça

República Democrática do Congo sofreu dois surtos de ebola em 2018. Em 2014, Paraná teve paciente com suspeita de Ebola (Foto: Fabio Conterno / Gazeta do Povo / arquivo)
República Democrática do Congo sofreu dois surtos de ebola em 2018. Em 2014, Paraná teve paciente com suspeita de Ebola (Foto: Fabio Conterno / Gazeta do Povo / arquivo)
A República Democrática do Congo sofreu com dois surtos separados de ebola em 2018, e ambos se espalharam por cidades com mais de um milhão de pessoas. Um dos locais é uma zona de conflito ativo, mostrando que o contexto social onde as crises emergem são cruciais para a resposta.
A OMS pretende transformar 2019 no ano da ação preparada para emergências de saúde. A ideia foi desenvolvida durante a conferência de Preparação para Emergências de Saúde Pública, ocorrida em dezembro de 2018.
Como apoio, a OMS identifica as doenças e patógenos que teriam o potencial de causar uma emergência na saúde pública, mas ainda não tem desenvolvidos tratamentos ou vacinas. Nesta lista estão: ebola, febres hemorrágicas, Zika, Nipah, MERS-CoV (Síndrome Respiratória por Coronavírus, do Oriente Médio), SARS (Síndrome Respiratória Aguda e Severa) e a doença X – que representa a necessidade de estar preparado para qualquer doença que possa causar uma epidemia séria.

7-Atenção à saúde primária deficitária

Atenção à saúde primária pode prevenir outras doenças mais graves (Foto: VisualHunt)
Atenção à saúde primária pode prevenir outras doenças mais graves (Foto: VisualHunt)
A maioria das necessidades de saúde de uma pessoa, ao longo da vida, pode ser atendida pela saúde primária. Infelizmente, a falta de acesso a profissionais de saúde compromete esse atendimento, que também afeta a cobertura de saúde universal do cidadão.
A negligência pode ser uma falta de recursos, especialmente em países em desenvolvimento, mas também pode indicar que o país focou em poucos programas de atenção a algumas doenças. Em 2018, a OMS ajudou na organização de uma conferência global, no Cazaquistão, onde todos os países se comprometeram com os cuidados de saúde primários.

8-Hesitação às vacinas

Hesitação às vacinas também foram listadas pela OMS como inimigos da saúde neste ano (Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil)
Hesitação às vacinas também foram listadas pela OMS como inimigos da saúde neste ano (Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil)
A recusa na vacinação – apesar da disponibilidade e acesso aos imunizantes – ameaça reverter o progresso atingido até agora no controle das doenças preveníveis. A vacinação, segundo a OMS, é uma das maneiras mais efetivas para prevenir uma doença, e atualmente atua na prevenção de dois a três milhões de mortes por ano.
Os movimentos críticos e contrários às vacinas impactaram na volta de doenças consideradas erradicadas de muitos países, inclusive no Brasil. No mundo, houve um crescimento de 30% nos casos de sarampo.

Das principais razões para evitar a vacinação, a Organização destaca a inconveniência no acesso às vacinas, a falta de confiança e complacência com a saúde. 

Para 2019, a OMS pretende atuar ainda mais na eliminação do câncer cervical no mundo, através do aumento na cobertura da vacinação contra o vírus HPV, entre outras intervenções. O ano também será dedicado ao combate na transmissão do vírus da poliomielite no Afeganistão e Paquistão. Em 2018, menos de 30 casos foram registrados em ambos os países.

9-Dengue

A dengue é uma das doenças listadas pela OMS como ameaças à saúde em 2019 (Foto: Divulgação)
A dengue é uma das doenças listadas pela OMS como ameaças à saúde em 2019 (Foto: Divulgação)
Uma das ameaças crescentes nas últimas décadas, de acordo com a OMS, a dengue continua sendo um inimigo perigoso em muitos países, especialmente no Brasil. Em todo o mundo, a dengue severa chega a matar 20% das vítimas.
Além do Brasil, um grande número de casos de dengue são vistos durante as estações do ano mais chuvosas nos países Bangladesh e Índia. Anualmente, são cerca de 390 milhões de infecções em todo o mundo e a expectativa da OMS é reduzir as mortes pela metade até 2020.

10-HIV

Casos de aids no mundo continuam ocorrendo, apesar dos alertas das entidades de saúde (Foto: Bigstock)
Casos de aids no mundo continuam ocorrendo, apesar dos alertas das entidades de saúde (Foto: Bigstock)
Embora o tratamento, o teste de diagnóstico e o acesso a medidas preventivas de profilaxia tenham crescido nos últimos anos, a epidemia continua a atingir números importantes em todo o mundo. Cerca de um milhão de pessoas morrem, todos os anos, devido a complicações do vírus HIV/Aids. Atualmente, 37 milhões de pessoas no mundo convivem com a doença.
Atingir o público em risco, como profissionais do sexo, pessoas em cárcere privado, homens que praticam atos sexuais com outros homens e pessoas transgêneras tem sido um grande desafio, de acordo com a OMS, pois são grupos geralmente excluídos dos serviços de saúde.
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