Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Anvisa aprova medicamento inédito para asma em adultos

Amanda Milléo
22/08/2017 18:30
Thumbnail

(Foto: VisualHunt)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (21), um novo tratamento para o controle da asma grave. Trata-se do medicamento Nucala, marca registrada, ou mepolizumabe. A liberação foi publicada via Diário Oficial da União e o remédio visa tratar, especificamente, adultos.
O mepolizumabe trata-se de um tipo específico de medicamento, o anticorpo monoclonal, que incrementa a resposta das células de defesa do próprio organismo, fomentando as imunoterapias. Esse tipo de medicamento é muito estudado para tratamentos contra o câncer, mas têm sido incorporado, cada vez mais, a outras doenças.
O novo medicamento contra a asma se enquadra na categoria de um produto biológico novo, de acordo com informações da própria Anvisa, e se voltam ao tratamento de um tipo de asma específica – a asma eosinofílica: quando os glóbulos brancos do tipo eosinófilos se encontram no sangue e nos pulmões.
Através do bloqueio da proteína interleucina-5, o medicamento bloqueia a ação e limita a produção desses eosinófilos pela medula óssea, diminuindo a quantidade dessas células na corrente sanguínea e nos pulmões, e reduzindo a ação da doença.
Asma em adultos
Há diferentes tipos de asmas que acometem os adultos, de acordo com informações de João Adriano de Barros, médico pneumologista do hospital Nossa Senhora das Graças, inclusive diferentes asmas eosinofílicas. O público alvo desse novo medicamento, no entanto, é aquele paciente que recebeu o tratamento tradicional – com anti-inflamatórios e broncodilatadores, através de sprays orais – mas não teve resultado significativo.
“A grande maioria dos pacientes com asma, mais de 90% deles, responde aos remédios tradicionais e não precisa desses novos tratamentos. Esse medicamento novo caberá ao paciente que já passou pelos remédios, em doses altas, e não tiveram qualquer resposta”, reforça o médico.
Ao contrário dos medicamentos tradicionais, como os corticoides, os anticorpos monoclonais – a princípio – não apresentaram os mesmos efeitos colaterais, como diabetes, ganho de peso, risco de osteoporose, entre outras. “São medicamentos novos, ainda temos que aprender os efeitos colaterais, mas talvez alguma dor de cabeça pela infusão, já que são medicamentos injetáveis”, explica Barros.
A dosagem, peso e o resultado da quantidade de células eosinofílicas indicarão a frequência e dosagem dos novos medicamentos, segundo o médico. “A cada duas ou quatro semanas, variando conforme os exames de cada paciente”, reforça.
LEIA TAMBÉM