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Dúvidas dos pais sobre o autismo: confira as 7 principais Foto: Bigstock.
Dúvidas dos pais sobre o autismo: confira as 7 principais Foto: Bigstock.| Foto:

Quando uma criança é diagnosticada com autismo, dúvidas, angústias e uma série de medos tomam conta dos corações dos pais.

Helen D., mãe de Lucas, de 5 anos, conta que o diagnóstico veio com três anos de vida. “Como o Lucas teve uma série de questões que atrasaram naturalmente o seu desenvolvimento – cirurgia no pé, remoção das adenoides e muitas infecções tratadas com antibióticos –, sempre trabalhamos com estimulação precoce, pois seu caso era tratado como um atraso de desenvolvimento global. Então, com dois anos de idade, já fazia terapias e tinha o acompanhamento de uma equipe médica que incluía, além do pediatra, neurologistas. Quando ele fez três anos, uma nova avaliação foi feita e o Lucas entrou no espectro autista“.

O que mais contribuiu para o fechamento do quadro do menino foi a questão da interação social, pois ele ainda não apresentava a fala e a comunicação. Depois do diagnóstico, a família investiu ainda mais nas terapias especializadas, inclusive a musicoterapia, que foi fundamental para o desenvolvimento da fala.

Mas como seria dali em diante? O Viver Bem conversou com Luciene de Oliveira Vianna, diretora do CONVIVER Centro de Autismo, e apresenta as principais dúvidas levantadas pelos pais sobre assunto:

1 – Qual o nível de autismo do meu filho? Qual o grau de gravidade?

Essa é uma das primeiras questões dos pais, e a orientação é que esse nível seja avaliado com cautela. Isso por que, conforme os tratamentos, terapias, intervenções e medicamentos que a criança tiver, pode ter variação.

Em crianças menores de três anos e meio, com diagnóstico precoce, esse nível pode alterar do leve ao grave. Leia mais sobre autismo leve aqui.

2 – E o futuro? A criança vai aprender? Vai conseguir levar uma vida normal?

Tudo depende da condição que os pais podem dar para a criança, dos estímulos e do acompanhamento.

“Trabalhamos com a conscientização do tema, das habilidades e dificuldades do filho. Nossa ideia é deixar claro para os pais que o futuro tem a ver com aquilo que for oferecido à criança – ter uma boa consciência e aceitar o que está acontecendo, encarando a situação de frente, é fundamental”, explica Luciene.

3 – Quais as causas do autismo?

Normalmente existe uma pré-disposição genética aliada a fatores ambientais, com a condução do caso pelos pais – aqueles que estimulam mais os seus filhos podem amenizar o quadro.

Mas é preciso reforçar: o autismo não é causado pelas vacinas. 

4 – Quais os tratamentos e a melhor linha/método para o meu filho?

Essa é uma grande angústia dos pais. “Hoje temos muitas opções e o melhor tratamento varia de acordo com as habilidades e o perfil de cada criança, sua idade e outros fatores. Não existe uma receita pronta e cada caso deve ser tratado como único”, explica Luciene.

Existem terapias específicas para os tratamentos e que podem trazer resultados mais expressivos, mas sua utilização depende dos recursos, envolvimento e possibilidades de cada família.

5 – Como lidar com os problemas de comportamento do dia a dia?

Com as crianças mais novas existem muitas dificuldades com a birra, dificuldade de ensinar e se comunicar.

“Trabalhamos com orientações e estratégias para os pais educarem, conduzirem e ensinarem as crianças com autismo, pois existem técnicas específicas”, comenta Luciene.

6 – Meu filho poderá ter autonomia quando for adulto?

Essa é uma questão que depende novamente do quanto a criança é estimulada, do nível de autismo apresentado e dos recursos oferecidos.

“Eu busco sempre a autonomia do Lucas, para ele poder cuidar de si mesmo, quem sabe se sustentar quando for adulto. Mas temos que entender o tempo da criança e saber que tudo é sempre bem devagar, aos poucos. À medida com que ele conquista uma etapa, avançamos para outra, mas sem pressa. Meu grande objetivo é que ele seja feliz”, explica Helen.

7 – Como ensinar habilidades específicas (autonomia e higiene, por exemplo)?

Cada criança tem um tempo de resposta e uma forma mais eficiente de se comunicar. Mas uma etapa muito importante é o desfralde, que proporciona mas autonomia e exige mais maturidade da criança. Leia mais sobre o desfralde de crianças do Transtorno do Espectro Autista aqui.

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