Saúde e Bem-Estar

Raquel Derevecki

Em parto raro, bebê nasce dentro de bolsa amniótica no Espírito Santo

Raquel Derevecki
19/02/2019 14:14
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O bebê Noah, do Espírito Santo, fez sucesso dentro e fora do Brasil após nascer empelicado e fazendo biquinho. Foto: Janaina Brasil

O parto de um bebê “empelicado” chamou atenção dos médicos no Espírito Santo. Além de ser raro, uma fotógrafa contratada pela família ainda flagrou algumas estripulias do recém-nascido, que veio ao mundo conquistando sorrisos da equipe médica . Fazendo bicos e caretas, o bebê nasceu dentro da bolsa amniótica. O parto empelicado – como é chamado pela medicina – foi registrado na manhã do dia 28 de janeiro, no Hospital Praia da Costa, em Vila Velha. Esse tipo nascimento ocorre, em média, uma vez a cada 90 mil.

“Meu caçulinha resolveu chegar, chegando. Fez linguinha, biquinho e assim deixou todos perplexos”, relatou a mãe Monick Valasco em sua página no Facebook.

O bebê Noah, do Espírito Santo, fez sucesso dentro e fora do Brasil após nascer empelicado e fazendo biquinho. Foto: Janaina Brasil
O bebê Noah, do Espírito Santo, fez sucesso dentro e fora do Brasil após nascer empelicado e fazendo biquinho. Foto: Janaina Brasil
De acordo com o médico obstetra Marcelo Rodrigues, que atua nos hospitais Evangélico e Trabalhador, em Curitiba, casos como o do Noah são difíceis porque a bolsa costuma se romper após a mulher sentir as primeiras contrações no trabalho de parto. 

“A pressão que o liquido amniótico faz no colo do útero e as contrações uterinas são muito fortes e rompem a bolsa com facilidade. Então, o fato de o bebê nascer com a bolsa intacta espontaneamente é algo raríssimo”, afirma.

No entanto, existem casos em que os médicos procuram manter o saco amniótico íntegro para a saúde do bebê. “Se a mãe for portadora de HIV, por exemplo, isso faz com que o feto não entre em contato com as secreções da mãe e diminui o risco de transmissão da doença para o bebê”, explica Rodrigues. O mesmo ocorre em partos prematuros, com menos de 24 semanas, nos quais a bolsa amniótica intacta protege a criança durante o processo final. 
Segundo o obstetra, ainda que as imagens do parto empelicado assustem algumas pessoas, a condição não faz mal para a mãe e nem para o recém-nascido. “Ela apenas exige muita experiência e sorte do médico porque o nascimento tem que ser feito de maneira bem lenta e qualquer movimento mais brusco pode romper a bolsa“, pontua o obstetra, que atua na área há 19 anos e, nesse período, realizou cinco partos empelicados. 

Presente “embalado”

Para a mãe e maquiadora Monick, a condição rara do nascimento foi um presente e trouxe paz após uma gravidez marcada por incertezas e problemas emocionais. “Tive uma gestação bem agitada e por diversos momentos perguntava para Deus: Senhor, será que Noah vai acabar nascendo antes da hora?”, relatou em suas redes sociais.
No entanto, segundo ela, essas dúvidas acabaram no momento em que os médicos informaram que o bebê ainda estava envolvido pelo saco amniótico no momento do parto. “Meu coração de mãe ficou derretido. Chorei agradecida por tanto amor e proteção de Deus”, afirmou.
O pequeno Noah nasceu após 39 semanas de gestação e pesando 3,410 kg. Ele apresentou alguns problemas respiratórios logo após o parto e foi atendido na Unidade de terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Praia da Costa. O bebê recebeu alta dia 2 de fevereiro e está bem.
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