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Mãe Jessie Swan publicou na página da marca sobre os efeitos do protetor solar na pele do filho de três meses (Foto: reprodução Facebook)
Mãe Jessie Swan publicou na página da marca sobre os efeitos do protetor solar na pele do filho de três meses (Foto: reprodução Facebook)| Foto:

Um bebê de três meses de idade passou três dias internado em um hospital na Austrália, depois que a mãe lhe aplicou um protetor solar. A criança não teria sido exposta ao sol, segundo a mãe Jessie Swan, mesmo assim apresentou erupções e manchas avermelhadas na pele do tórax, braços e rosto.

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A foto do bebê foi postada pela mãe nas redes sociais e a ONG fabricante do protetor solar se posicionou na página da marca, informando que os protetores solares infantis são formulados para as peles mais delicadas e que todos os produtos passam por rigoroso controle de qualidade. 

A ONG ressaltou que, pelo fato de haver diferentes tipos de pele, reações individuais podem ocorrer e é necessário fazer um teste de sensibilidade antes de fazer uso do produto.

O uso de protetores solares (ou qualquer substância diferente) por bebês abaixo dos seis meses de idade, porém, não é recomendado pela Academia norte-americana de Pediatria e nem pela Sociedade Brasileira de Pediatria. A pele do bebê ainda é muito sensível antes dos seis meses e a idade deve ser respeitada.

“Para que se diminua o potencial de causar algum tipo de irritação na pele, a recomendação é só depois dos seis meses de idade. Isso não quer dizer que uma criança de quatro meses não precise de proteção, mas deve ser uma proteção mecânica, física“, explica a médica dermatologista e pediatra Kerstin Taniguchi Abagge, presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria e membro da Sociedade Latino Americana de Dermatologia Infantil.

A proteção mecânica pode ser feita através de roupas de manga longa com fotoproteção, bonés e até guarda sol com fotoproteção também. “Eventualmente, se a criança de quatro ou cinco meses se expor ao sol, pode usar o mesmo protetor solar para bebês, aquele recomendado para acima dos seis meses”, recomenda Abagge.

Não basta ser dermatologicamente testado. Se for necessário o uso do filtro solar, os pais devem ficar atentos aos produtos recomendados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, que passaram por testes específicos e fazer o teste de sensibilidade:

“Antes de usar qualquer filtro solar, faça um teste em uma área pequena do corpo, seja atrás da orelha ou no cotovelo, que têm a pele mais fina. O corpo do bebê absorve muito qualquer substância química que passar nele. Se não der alergia e se a criança for maior, então usa o filtro”, explica a médica dermatologista Nádia Almeida, chefe do serviço de Dermatologia do hospital Pequeno Príncipe e médica orientadora de residentes em dermatologia da mesma instituição.

Riscos

Como a pele do bebê é mais delicada do que a pele de uma criança maior, é recomendado que se use o mínimo de substâncias – incluindo o protetor solar – para reduzir o risco de alergias.

“A reação mais comum é a chamada brotoeja. São bolinhas que se formam na pele e, normalmente, não estão relacionadas ao protetor solar, mas ao próprio suor da criança que ‘tampa’ e impede a respiração da pele. Quando os pais passam um protetor solar muito denso, espesso, a substância atrapalha a respiração, formando a brotoeja também”, explica a médica dermatologista Kerstin Abagge.

Se houver uma reação, a recomendação é para que se retire o protetor solar usado e use proteções físicas ou mecânicas, como roupas com fotoproteção, ou se escolha produtos mais fluídos, menos densos – a partir dos seis meses. “Se ficar vermelho, coçar e os pais repararem que toda vez que usam aquele protetor daquela marca tem reação, lava a pele e procura por marcas hipoalergênicas”, afirma Kerstin.

Respeite os horários

Evitar o sol entre 10 horas e 16 horas é importante aos adultos e crianças maiores, mas é essencial aos bebês e crianças pequenas. Mesmo nos horários de sol mais “tranquilo”, as recomendações de proteção mecânica (com bonés e roupas com fotoproteção) continuam, aliadas a alguns cuidados, conforme explicam as médicas dermatologistas Nádia Almeida e Kerstin Abagge:

– Seu guarda-sol tem fotoproteção? Caso não tenha, não adianta deixar a criança embaixo do guarda-sol, sem outra proteção mecânica. O guarda-sol que não for feito de um material denso como algodão e não tiver o bloqueador solar deixa os raios solares atingirem as crianças.

– Cuide com a areia. A areia reflete os raios solares, que queimam da mesma forma, se não houver uma proteção mecânica.

– Protetor solar antes do biquíni! Na hora de aplicar o protetor solar na criança maior, não se esqueça de fazer antes que ela coloque o biquíni ou a sunga. É comum passar o protetor de forma mais leve próximos do calção ou do maiô, deixando áreas desprotegidas.

– Reaplique. Passar um protetor solar fator 60 não significa que ele protegerá durante todo o período em que estiver na praia. Reaplicar é fundamental para a máxima proteção. Se a criança entrar na água, na volta é preciso reaplicar. Da mesma forma se ela suar muito ou correr demais na praia. A regra é: reaplique a cada duas horas ou cada vez que sair da água.

– Repelente x filtro. Os dois são absolutamente necessários, mas existe uma ordem na hora de aplicar. Como o repelente funciona pelo cheiro, o ideal é que se passe primeiro o filtro solar e, depois de fixado o protetor, aplicar o repelente.

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