Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo*

“Biópsia líquida” promete diagnóstico de câncer sem cirurgia

Amanda Milléo*
22/11/2016 09:00
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(Foto: Bigstock)

O diagnóstico de um câncer, tradicionalmente, passa pelo processo de biópsia – quando uma parte do tecido do tumor é retirado, muitas vezes cirurgicamente, para análise. Existe, porém, uma nova forma de diagnosticar alguns cânceres que não demanda um exame muito invasivo, apenas a coleta de sangue. Chamado de ‘biópsia líquida’, o exame está disponível por alguns laboratórios e hospitais no Brasil, mas não cabe a todos os tipos de cânceres.
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O câncer é uma doença genética, de genes que, por estarem alterados, funcionam de forma anormal. O material genético desses tumores circula pela corrente sanguínea, através da qual é possível identificar a alteração genética por um exame de sangue comum, de acordo com informações do médico oncologista Carlos Barrios, pesquisador em câncer e diretor do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS).
“Não são todos os tumores que conseguimos identificar, estamos ainda aprendendo isso. Nem todos os tumores dão essa possibilidade. Alguns têm mais material genético no sangue, como os de pulmão, e outros menos”, explica Barrios, durante o 3º Congresso Multidisciplinar em Oncologia do Hospital do Câncer Mãe de Deus e V Encontro de Jornalismo.
Outra diferença, conforme explica o médico oncologista, é com relação ao tempo de diagnóstico da doença. Por ser mais fácil identificar tumores mais tardios, o exame pode não ser o mais indicado na identificação precoce da doença – não podendo substituir uma biópsia tradicional. “Os tumores mais avançados têm mais DNA no sangue e são mais fáceis de serem identificados”, diz.
*A repórter viajou ao evento a convite do Hospital do Câncer Mãe de Deus.