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Brasil perderá certificação de país livre do sarampo, confirma o Ministério da Saúde

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19/03/2019 19:07
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Depois de caso endêmico confirmado pelo Ministério da Saúde, país perderá certificação de país livre do sarampo (Foto: Bigstock)

O Ministério da Saúde confirmou, nesta terça-feira (19), que o Brasil perderá a certificação de país livre do sarampo — reconhecimento recebido em 2016. Isso porque a pasta confirmou um caso endêmico (nativo) da doença, ocorrida no Pará, no dia 23 de fevereiro deste ano. Entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019, o Ministério anunciou que havia mais de 10 mil casos da doença no país, embora até então casos importados de outros países, especialmente da Venezuela.
Em comunicado oficial enviado nesta terça-feira (19) à @OPASOMSBrasil, o @minsaude confirmou um caso de sarampo endêmico ocorrido no Pará em fevereiro deste ano.
— Ministério da Saúde (@minsaude) 19 de março de 2019
O anúncio, feito pelas redes sociais da pasta, foi enviado à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), responsável pela certificação. No entanto, já há um plano, de acordo com o Ministério, em retomar o título nos próximos 12 meses.
“Iniciamos a gestão, no atual governo, com taxas de imunização muito baixas. Elas atingiram um pico em 2003, mas, no geral, de lá para cá caíram ano a ano até chegarem perto de 80% no ano passado. Não é o patamar ideal. Temos que elevá-la acima a 95%”, afirma o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, conforme anunciou o ministério no site.

“Nosso plano consiste em encaminhar medidas importantes ao Congresso Nacional, como a exigência do certificado de vacinação, não impeditiva, de ingresso na escola e no serviço militar. Reforçaremos, ainda, o monitoramento da vacinação, por meio dos programas de integração de renda e como norma para os trabalhadores de saúde”, complementou o ministro.

Proteja-se

Considerado extremamente contagioso, o sarampo pode ser prevenido através da vacina tríplice viral. Quem recebeu duas doses da vacina contra o sarampo (que também protege contra a rubéola e a caxumba) na infância, não precisa se preocupar com uma nova dose do imunizante. Exceto se não for possível comprovar a vacinação.
A doença é transmitida através de partículas respiratórias, e nem sempre quem faz a transmissão manifesta os sintomas. O vírus pode entrar pela conjuntiva do olho, ou pelas mucosas.
Dos sintomas mais comuns, deve-se ficar atento à febre, que praticamente todos os pacientes apresentam. Em um a dois dias, tosse, coriza e conjuntivite. Depois disso, as lesões na pele.
A incubação da doença dura entre uma semana a 21 dias, e a transmissão da doença acontece cinco dias antes de aparecerem os sintomas. O diagnóstico acontece por meio de exames clínicos e laboratoriais.
A vacinação passa a ter efeito entre 10 a 14 dias — caso vá viajar para uma área de casos da doença, previna-se.
Qualquer pessoa pode tomar a vacina?
Não. Assim como a vacina da febre amarela, a do sarampo é feita com vírus vivo atenuado. Ela não é recomendada para gestantes, bebês com menos de 1 ano e pacientes imunodeprimidos.
De acordo com o Ministério da Saúde, as complicações mais comuns do sarampo são:
  • Infecções respiratórias;
  • Otites;
  • Doenças diarreicas;
  • Doenças neurológicas.
Das sequelas: diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo no crescimento. Casos mais graves podem levar à morte.
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