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Brasil é referência em amamentação com legislação avançada e ações de promoção do aleitamento materno. /Foto: Bigstock
Brasil é referência em amamentação com legislação avançada e ações de promoção do aleitamento materno. /Foto: Bigstock| Foto:

Menos de 40% das mulheres no Brasil (39%) amamentam os filhos com leite materno, de acordo com o índice mais recente do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Pode parecer pouco – e é – mas em comparação com outros países, alguns até mais desenvolvidos, as mães brasileiras demonstram cada vez mais consciência dos benefícios e são mais capazes de adotarem o aleitamento exclusivo ao filho.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o índice de aleitamento materno é de 24%, enquanto na China as mães que amamentam mal chegam aos 21%. O índice considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 90% a 100%.

O número brasileiro, de acordo com Simone Ramos, coordenadora do departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Goiânia de Pediatria, quase dobrou nos últimos 10 anos, embora ainda se mantenha em menos da metade das mães no país. “Temos a impressão que todo mundo amamenta porque está se falando mais sobre isso, temos mais políticas de incentivo, mas ainda não é todo mundo. Chegamos só a 39%”, reforça a médica pediatra.

Para aumentar esse número, algumas medidas são essenciais, segundo Ramos. “Depois que conseguimos aumentar a licença maternidade para seis meses, melhoramos muito. A inclusão dos pais, com a licença paternidade de 21 dias, também ajudou para que eles se engajassem na gravidez e no pós-parto, e tudo isso contribuiu para melhorar o índice”, explica a pediatra.

Outro detalhe é desmistificar alguns mitos que ainda perduram, como a ideia de que o leite materno seria mais “fraco” em comparação à fórmula. “A gestante deve ser cuidada desde a gestação, tem que ser preparada. Hoje, a Sociedade Brasileira de Pediatria orienta muito sobre a importância de uma consulta ao pediatra no pré-natal, que vai orientá-la sobre a amamentação. Isso tudo contribui para que ela se sinta tranquila e capaz, e que não desista no primeiro obstáculo”, diz Ramos.

Não é incomum, segundo a pediatra, relatos de mães que, logo na primeira tentativa frustrada de amamentar, desistem. “Quando ela dá à luz, a mulher fica muito insegura, tem toda a tensão hormonal e isso é normal. Ela acha que, só porque o leite ainda não desceu, ela tem que dar a fórmula. Isso faz com que o bebê perca o aleitamento exclusivo materno”, reforça a médica, que completa:

“Só porque o bebê acha o bico, a mamadeira mais rápido e fácil que o seio da mãe, não significa que ele prefira ou que a fórmula seja melhor para ele.”

Histórico familiar

Mães que não amamentaram o primeiro filho, a tendência é que o segundo e o terceiro também não recebam o aleitamento materno exclusivo. O contrário, no entanto, também é comum: se amamentou da primeira vez, a segunda também será no leite materno.

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