Saúde e Bem-Estar

Carolina Werneck

Testamos o bungee workout, exercício com elásticos que viralizou na internet

Carolina Werneck
10/10/2017 08:00
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A equipe do Viver Bem com o professor Antonio Faddel, responsável por trazer a modalidade para a SpinFlip. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo | Carolina Werneck Bortolanza

Na sala de ginástica, barras de ferro servem de apoio para mosquetões que seguram elásticos que, por sua vez, têm mosquetões na outra ponta também. O professor traz cadeirinhas muito parecidas com aquelas usadas para praticar rapel, e pequenas almofadas pretas, que devem ser colocadas na parte interna da coxa, para proteção. É nesse cenário peculiar que se passa uma aula de bungee workout, a ginástica com elásticos que ganhou a internet.
A equipe do Viver Bem foi à academia SpinFlip experimentar a modalidade, que é uma mistura de ginástica, dança e acrobacias. Esse tipo de exercício é originário da Tailândia e depende de duas habilidades principais: fôlego e (muita) força muscular.
O professor de educação física Antonio Faddel foi o responsável por trazer o bungee para Curitiba. Ele conta que se interessou depois de ver vídeos de pessoas praticando a modalidade. Descobriu, então, que uma academia de Salvador, na Bahia, tinha incluído o bungee entre suas aulas. Faddel não pensou duas vezes: foi para lá fazer um curso preparatório.
“Eu estava procurando algo que fosse diferente, divertido, que a gente pudesse a cada dia fazer uma sessão diferente. É um exercício que une muitas modalidades. Você sente todo um trabalho muscular de membros superiores e inferiores. Também é quase como um treino funcional, porque trabalha muito a parte de abdome, lombar e estabilização”, afirma.
Antes de começar a aula, cada uma das alunas “veste” uma das cadeirinhas com a ajuda do professor. Em seguida, as pequenas almofadas pretas devem ser encaixadas entre a cadeira e a perna, de modo a diminuir o atrito com a corda. Faddel explica que esse recurso foi uma ideia que teve quando percebeu que, só com a cadeira de corda, os exercícios eram muito incômodos. A solução encontrada, entretanto, ainda não é a ideal. No decorrer da aula as almofadinhas escorregam da posição original e o contato da virilha com a cadeirinha pode ser bem dolorido.
Fomos ver como são os exercícios feitos com o apoio de elásticos. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo
Fomos ver como são os exercícios feitos com o apoio de elásticos. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo
Pulando e transpirando
Os elásticos funcionam como a força da gravidade, só que ao contrário. Em vez de empurrar o praticante para baixo, insiste em erguê-lo do chão. Por isso, a intensidade dos exercícios desenvolvidos é muito maior que em uma aula de ginástica comum. Afinal, é preciso fazer força para manter os dois pés no chão e ainda desenvolver os movimentos propostos.
As cordas elásticas podem ser encaixadas tanto na alça frontal quanto na alça traseira da cadeirinha. Cada opção oferece diferentes possibilidades de movimentação.
Segundo o professor, qualquer pessoa pode praticar o bungee, desde que não tenha restrições médicas. Cada elástico suporta 15 kg, de modo que basta adicionar ou tirar elásticos do mosquetão para adaptar o aparelho a diferentes usuários. O peso, portanto, não importa. Gestantes e mulheres que acabaram de dar à luz, no entanto, não devem experimentar a modalidade. Fora essas ressalvas, basta ter disposição e um pouco de paciência com o incômodo causado pela cadeira.
A aula começa com exercícios feitos rente ao chão, que trabalham a musculatura do abdome tão bem quanto os tradicionais abdominais. Sustentar o peso do próprio corpo no ar não é impossível, mas está longe de ser fácil.
Em seguida, movimentos em pé, alternando entre corrida e pulos em diferentes variações. É preciso ter equilíbrio, fôlego e uma boa coordenação motora para acompanhar o ritmo.
Por fim, brincadeiras com as colegas de turma. Por ser uma aula experimental, o professor abusou dos passos mais divertidos e que demonstrassem o potencial do bungee para trabalhar de verdade os diferentes músculos do corpo. Mas também é possível mesclar exercícios mais pesados a passos de dança e acrobacias, por exemplo.
Mesmo com os elásticos, é preciso força muscular para sustentar o peso do próprio corpo. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo
Mesmo com os elásticos, é preciso força muscular para sustentar o peso do próprio corpo. Foto: Leticia Akemi/Gazeta do Povo
O que achamos?
“Exercício diferente, que foge da rotina das academias. É uma boa opção para quem quer se movimentar, mas não gosta das aulas e práticas tradicionais. Na aula que eu participei, a academia ainda precisa melhorar muito a cadeirinha, porque machuca bastante durante a aula, principalmente a parte interna das coxas. A dor permanece durante dias e é um ponto negativo para o exercício. Vale ainda reforçar, para quem quiser experimentar, que é importante se alimentar e se hidratar bem antes das aulas, que exigem muito da parte cardiovascular.” (Amanda Milléo, editora do Viver Bem)
“A aula foi divertida e rendeu momentos muito engraçados. É incrível conseguir fazer aqueles saltos e ficar brincando com o apoio dos elásticos, mas a dor atrapalha demais. Chegou uma hora em que estava insuportável fazer os movimentos por causa do incômodo causado pela “cadeira”. Eu só faria novamente se tivesse um suporte mais confortável.” (Maria Miqueletto, trainee do Viver Bem)
“O bungee parece ser uma modalidade bem completa. Você realmente sente os músculos trabalhando, principalmente nos movimentos de sustentação do corpo. Como sou bem sedentária, dias depois da aula eu ainda sentia que meu abdome e minhas pernas tinham feito exercícios pesados. Para quem já pratica esportes, é um prato cheio. Já para quem, como eu, não tem costume de praticar atividade física, a aula é ainda mais divertida. Eu dei muitas gargalhadas porque toda hora me atrapalhava com os elásticos, com os movimentos propostos e até com as minhas próprias pernas. O ponto negativo é o grande incômodo causado pela cadeirinha.” (Carolina Werneck, repórter do Viver Bem)
“A aula é a opção certa para quem está em busca de diversão aliada à prática de exercícios físicos. Ficar suspensa por elásticos é uma sensação nova e bem engraçada, porque é possível fazer movimentos que só essa situação permite. Não fosse o incômodo causado pela cadeirinha, eu recomendaria o Bungee Workout para todos, mas acho importante confessar que a dor entre as coxas, onde o suporte faz mais pressão, chega a ser insuportável a partir da metade da aula. Fiquei com muita dor nos dias seguintes (não pelo esforço físico da aula em si, mas pela cadeirinha). Outra coisa: quem sofre de enxaqueca, labirintite ou tem sensibilidade a movimentos bruscos também deve ficar alerta – fiquei bem enjoada depois da aula.” (Marina Mori, repórter do Viver Bem)
“A aula é bastante divertida, de modo geral. O que os praticantes não podem achar é que vão chegar lá executando movimentos parecidos com o que foram vistos na internet – controlar o corpo suspenso no ar exige bastante força e o trabalho de músculos que não estamos acostumados a trabalhar. Conseguir tirar o corpo inteiro do solo, sem apoio, é como se fosse um exercício de prancha constante. A cadeirinha machuca bastante a região da virilha, mas como fomos na primeira semana em que a atividade está sendo implementada, certamente a academia está procurando alternativas. É uma boa prática para superar alguns medos – como o de altura, ou o de cair.” (Bruna Covacci, editora do Guia)
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