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Pesquisadores descobriram que cadáveres continuam a mexer um ano depois da morte

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18/09/2019 08:00
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Cadáveres se mexem depois da morte? Pesquisadores descobriram que sim, e não é nada sutil Foto: Bigstock.

Mesmo um ano depois de morrer, nossos corpos continuam a se mexer — nem sempre de uma forma sutil, mas bastante significativa. Foi isso que pesquisadores na Austrália perceberam ao fotografarem cadáveres durante 17 meses, com imagens feitas a cada 30 minutos, durante o período de luz natural, em time-lapse.
O estudo foi desenvolvido pela Entidade Australiana de Pesquisa Experimental Tafonômica (estudo de organismos em decomposição), ou AFTER, na sigla em inglês. Durante todo o período de análise, os cadáveres apresentaram movimentos importantes, especialmente nos braços.
A pesquisadora Alyson Wilson, responsável pelo achado, disse à imprensa local que os movimentos nos braços eram tão significativos que cadáveres que começavam com os braços na lateral do corpo, depois de um tempo, moviam os mesmos para o lado, como na perpendicular.

“Um braço se moveu [para longe do lado do corpo] e depois voltou quase encostando na lateral do corpo de novo”, disse a pesquisadora. 

Ainda conforme a pesquisadora, certos movimentos eram esperados, especialmente nos primeiros estágios de decomposição, mas o que chamou atenção dos colegas e dela mesmo foi o tempo de duração que os corpos se mexiam.
“Nós achamos que os movimentos estão relacionados ao processo de decomposição, conforme o corpo se mumifica e os ligamentos secam. Esse achado pode ser significante em investigações de mortes não solucionadas”, disse Alyson à imprensa local.

Ajuda policial

As observações dos pesquisadores ainda não foram publicadas em revistas científicas, mas uma prévia, sobre o uso da câmera em time-lapse para esse tipo de pesquisa foi publicada na revista científica Forensic Science International no último mês. O estudo reforça que o uso desse tipo de metodologia funciona na região Sul da Austrália.

“Essa pesquisa é muito importante para ajudar na resolução de crimes e pode mesmo ajudar em investigações de desastres. É [um estudo] importante para as vítimas, e para as famílias das vítimas, e em muitos casos dá à vítima a voz para que ela possa contar a sua última história”, diz a pesquisadora.

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