Saúde e Bem-Estar

*Amby Burfoot, The Washington Post

Não basta caminhar, é preciso “apertar o passo” para que o exercício faça efeito

*Amby Burfoot, The Washington Post
17/09/2018 07:00
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Estudo mostrou que caminhar rápido diminui o risco de morte em 20%. Foto: Pixabay

Todo mundo sabe que caminhar é um dos melhores exercícios para a saúde, e é por isso que médicos recomendam caminhadas de regulares, que somem pelo menos 150 minutos por semana. Mas essa é uma medida de volume. E sobre andar rápido? Isso faz alguma diferença? Um estudo recente indica que a resposta pode ser sim.
Estudos anteriores focavam apenas no montante total de exercícios, ou nos passos. Um time de epidemiologistas em Sydney pesquisou o que acontece com pessoas que caminham distâncias similares, mas com velocidades diferentes ganharam mais ou menos benefícios para a saúde —  publicado no British Journal of Sports Medicine.
Os pesquisadores estudaram 11 relatórios que incluíram mais de 50 mil caminhantes regulares da Escócia e Inglaterra, com idade média de 40 anos. Os caminhantes foram divididos de acordo com quatro velocidades de caminhada: lenta, média, rápida e veloz. Por último, os pesquisadores compilaram as taxas de mortalidade (por doenças cardíacas e câncer) em um acompanhamento por um período médio de 9.2 anos.

Menos risco de morte

Eles descobriram que os participantes que caminharam em uma velocidade média, em oposição aos que caminharam lentamente, tiveram um risco 20% menor de morrer durante o período de acompanhamento. Os que caminharam em passos vigorosos ou rápidos aproveitaram um adicional 4% menor de taxa de mortalidade.
Embora as velocidades ideais variem de acordo com a idade e aptidão de cada indivíduo,  um ritmo abaixo de 20 minutos por quilômetro é considerado médio, e abaixo dos 18 minutos, rápido.  Essencialmente, todo o benefício se transferiu em taxas menores de doenças cardíacas. O ritmo de caminhada não teve efeito nas taxas de mortalidade por câncer.
“O nosso foi o primeiro estudo a isolar o ritmo de caminhada  do volume de atividade física geral” explicou o chefe dos pesquisadores Emmanuel Stamatakis, professor no Charles Perkins Center, em Sidney. “Nós também tomamos várias medidas para descartar a possibilidade de que os caminhantes  lentos estivessem com a saúde prejudicada para começar”.

Medidas práticas

Mas quais são os próximos passos? Continue caminhando no seu ritmo. Caminhar mais é melhor do que caminhar menos.
Mas não caia na armadilha de pensar que a qualquer passeio lânguido traz um grande “boost” para a saúde. Não entre na zona lenta. Se certifique de que você está colocando algum esforço na sua caminhada. 
“Não existe um passo perfeito para todo mundo” ressalta Stamatakis. “Se você está sem fôlego, provavelmente está caminhando rápido ou veloz. Um esforço apropriado para aqueles que tem uma rotina de caminhadas confortável pode melhorar seu fôlego levemente”.
Quando você está com pouco tempo, simplesmente ande mais rápido para aumentar a recompensa. “Um passo mais rápido significa que você está desafiando a sua fisiologia a fazer adaptações para uma melhor saúde e condicionamento” diz Stamatakis.
*Amby Burfoot é escritora freelancer e membro da Running Hall of Fame.O seu livro mais recente é “Run Forever: Seu Guia Completo Para Uma Vida Saudpavel de Corridas”.  
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