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Vai para São Paulo no carnaval? Vacine-se contra a febre amarela (Foto: Diego3336/Visual Hunt)
Vai para São Paulo no carnaval? Vacine-se contra a febre amarela (Foto: Diego3336/Visual Hunt)| Foto:

Todo o estado de São Paulo passou a ser considerado, a partir da última terça-feira (16), região de risco para a febre amarela, conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Quem for visitar o estado (até mesmo a capital), a partir de então, deverá receber a vacina contra a doença — inclusive quem sair do Paraná.

Nas unidades de saúde do Paraná é possível encontrar a vacina, aplicada na versão integral, com 0,5 mL. A dose, porém, deverá ser feita apenas a quem for visitar áreas de risco ou viajar para países que exijam a imunização, 10 dias antes da viagem. Curitiba não é considerada área de risco para febre amarela. Caso permaneça por aqui, ou mesmo no litoral do estado durante as férias, a vacinação não é exigida.

“As recomendações, quando são feitas para uma massa de pessoas, sempre vão pecar para mais. Se a pessoa que for viajar a São Paulo permanecer apenas na capital, talvez não precise da vacina. Mas se não souber onde ficará, ou se vai transitar pelo estado ou região periférica, é importante fazer a vacina”, explica Jaime Rocha, médico infectologista da Unimed Curitiba.

Controle

Vacinar-se quando for viajar às áreas de risco é uma das formas de evitar que a doença se espalhe e se torne uma epidemia no país. Isso porque, a cada vacina, a pessoa protege ela mesma e quem estiver perto, visto que o organismo desenvolve anticorpos específicos ao vírus. Assim, mesmo que você entre em contato com esse vírus, a doença não se manifestará. “As pessoas que forem vacinadas não têm possibilidade de se tornarem portadores do vírus”, reforça o especialista.

A vacinação também previne que a doença passe da versão silvestre para a urbana, considerada mais perigosa. Na  silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e o Sabethes são os responsáveis pela transmissão do vírus, captados em macacos infectados. Não existe transmissão entre macacos e humanos.

Desde 1942, o Brasil não tem nenhum caso da febre amarela na versão urbana, segundo informações da Fiocruz. Ela é considerada mais perigosa porque a transmissão é mais “fácil” no Brasil, a partir do mosquito de gênero Aedes aegypti – velho conhecido no país e transmissor da dengue, Zika e chikungunya. O Aedes pica um macaco infectado e, depois, repassa ao ser humano.

Risco de morte chega a 60%

Se alguém vier de uma região de risco com a doença na fase inicial, quando ela é transmitida, e um mosquito do gênero Aedes a picar, o inseto poderá se transformar no transmissor da doença na versão urbana. “A febre amarela é uma doença altamente debilitante e com alta letalidade, que pode chegar a 60%. Não tem tratamento específico. Os cuidados são feitos apenas para controle dos sintomas”, reforça o médico.

Ambas as versões da doença têm os mesmos sintomas e evolução. Quando não tratada, a febre amarela pode levar à morte.

Momento certo para a vacina contra febre amarela

Tire dúvidas sobre a vacinação contra a febre amarela:

Preciso me vacinar diante do aumento nos casos da febre amarela em São Paulo?

Não. Hoje, a vacina contra a febre amarela, para os moradores de Curitiba, é indicada somente quando houver viagem marcada para regiões de risco, como São Paulo, ou países que exigem a imunização contra a doença. Do contrário, não é necessária a imunização – que é, inclusive, contraindicada a alguns grupos.

“Primeiro que não temos vacinas para todo mundo. E ela não é 100% inócua. É feita a partir do vírus atenuado e é contraindicado a gestantes, imunodeprimidos e crianças menores de nove meses. Além de mal estar discreto ou desconforto local, existem dois efeitos colaterais mais graves, embora raros: quadros neurológicos, como meningite, ou fazer uma doença viscerotrópica, quando a doença é causada pelo vírus da vacina. Mas isso é bem raro”, reforça Jaime Rocha, médico infectologista.

Já tomei vacina contra a febre amarela, mas faz mais de 10 anos, preciso tomar novamente?

Não. Estudos com a vacina nos últimos anos mostraram que a proteção tem um tempo longo e não é preciso reforçar a dose a cada 10 anos, como era a recomendação antiga. Se você já tomou a vacina, portanto, está protegido.

Estou grávida, posso me vacinar?

Não. Feita a partir do vírus atenuado da febre amarela, a vacina é contraindicada a gestantes, pessoas imunodeprimidas, crianças menores de 9 meses de idade e pessoas a partir dos 60 anos.

A vacina é a única forma de prevenção da doença?

Não. Além da vacina, é possível se prevenir evitando a picada do mosquito, com o uso de repelentes, telas de proteção, mosquiteira, telas nas portas, uso de roupas compridas, etc.

Vou viajar para países que exigem a vacina, ou para áreas de risco. Preciso tomar a vacina?

Sim. A vacina é indicada nesses casos. E deve ser aplicada 10 dias antes da viagem.

Quais são os sinais da doença?

Doença infecciosa aguda, de 10 dias de duração, em média, e com gravidade variável, a febre amarela é causada pelo vírus RNA e transmitida via picada de mosquito. A doença não é transmitida entre pessoas ou entre pessoas e macacos.

Os sintomas mais comuns são: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômitos e dores no corpo, além da icterícia (quando a pele e olhos ficam amarelados) e hemorragias via gengivas, nariz, estômago, intestino ou pela urina.

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