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Causa da morte da atriz Carrie Fischer, da saga Star Wars, é mais comum do que se imagina

Agência Estado
17/06/2017 14:36
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Atriz Carrie Fischer faleceu em dezembro de 2016 por complicações de uma apneia obstrutiva do sono (Foto: Wikimedia commons) | Riccardo Ghilardi

A atriz Carrie Fisher morreu por complicações de uma apneia do sono, de acordo com a perícia preliminar publicada na sexta feira (16) por legistas do condado de Los Angeles, nos Estados Unidos. Famosa por interpretar a princesa Leia na franquia “Star Wars”, Carrie faleceu no dia 27 de dezembro do ano passado, aos 60 anos, quatro dias após ficar inconsciente durante um voo entre Londres e Los Angeles.
De acordo com o relatório, a morte da atriz teve, além da apneia, outros fatores não revelados. A perícia apontou o uso de medicamento, mas que os efeitos não foram decisivos para o falecimento.
A atriz, que era ativista sobre saúde mental, sofria com transtorno bipolar e arteriosclerose. Um dia depois da morte de Carrie, a sua mãe, a também atriz Debbie Reynolds, faleceu aos 84 anos.
Carrie Fisher ganhou fama ao interpretar a princesa Leia durante grande parte da série de filmes “Star Wars”, desde seu primeiro filme, em 1977. A sua última aparição ocorreu em “O Despertar da Força” (2015), onde ela revivia o papel, já como uma general da Resistência.

O que é apneia, causa da morte de Carrie Fischer?

Apneia obstrutiva do sono trata-se de uma obstrução parcial ou total da via aérea por 10 segundos a um minuto durante o sono. Uma apneia leve é diagnosticada quando essas obstruções acontecem de cinco a dez vezes por hora. Se essa frequência for maior, é considerada uma apneia grave.
Estima-se que no Brasil pouco mais de 40% da população adulta seja afetada pela apneia obstrutiva do sono, de acordo com uma pesquisa publicada na revista científica da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2016. Em muitos casos, o paciente continua dormindo durante os eventos e os sintomas de que a apneia pode estar presente se dá através dos roncos excessivos e sonolência durante o dia.
A apneia é mais comum em homens com mais de 40 anos de idade, principalmente quem sofre de obesidade. Pessoas com deformidade facial, quando a mandíbula está muito para trás da posição ideal, também podem ter apneia com maior frequência. Outro fator que influencia os episódios de falta de ar durante a noite é o consumo excessivo de álcool.

Entre 90% a 95% dos casos de apneia são acompanhados de ronco, segundo dados da Absono.

Confira todos os sintomas listados pela Associação Brasileira do Sono sobre a apneia:
  • Ronco alto e freqüente
  • Engasgos e sufocação durante o sono
  • Sonolência exagerada durante o dia
  • Cansaço ao acordar
  • Dor de cabeça ao acordar
  • Dificuldade de memória
  • Dificuldade de concentração
  • Irritabilidade e depressão
  • Obesidade
  • Queixo pequeno
  • Pressão alta
  • Impotência sexual

Qual é o tratamento da apneia?

Os tratamentos variam conforme a intensidade da apneia, que varia de leve, moderada a severa. Para verificar a intensidade, é feito um exame de polissonografia, ou “exame do sono”. O paciente, geralmente, passa uma noite em uma clínica, onde as taxas de oxigenação e a frequência das apneias são monitoradas de perto por especialistas.
O tratamento é feito, geralmente, por meio de aparelhos que ajudam na manutenção do nível de oxigenação estável durante a noite. Nos casos mais leves, o uso de um dispositivo ortodôntico, que mantenha a faringe aberta, pode ser suficiente. Se não forem tratadas, as crises de apneia aumentam os riscos de desenvolver um Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto e problemas cardíacos, como a hipertensão arterial.
Nenhum remédio é eficaz no tratamento da apneia e a necessidade de um tratamento cirúrgico de correção da obstrução nasal deve ser avaliada com o médico.
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