Saúde e Bem-Estar

Julliana Bauer, especial para Gazeta do Povo

Hábitos de inverno maltratam o couro cabeludo e pioram a caspa, mas dá para evitá-la

Julliana Bauer, especial para Gazeta do Povo
23/07/2019 16:00
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Incidência de caspa aumenta com o uso de água muito quente no banho. Foto: Bigstock.

É só as temperaturas despencarem que os comerciais de xampu anticaspa começam a pipocar na tevê, prometendo um escalpo limpo e livre dos indesejáveis floquinhos brancos.
Causadora de constrangimento, a incidência de dermatite seborreica (conhecida popularmente como caspa) e descamação capilar é ainda maior na estação mais fria do ano.
É que a equação tempo seco, água muito quente e o uso de gorros pode maltratar o couro cabeludo.
Uma das medidas mais importantes para evitá-las, segundo o tricologista Lucas Fustinoni, é ter cautela ao regular a temperatura do chuveiro no inverno:

“Acontece como com a pia cheia de louça suja – além de usar detergente, a pessoa ainda ferve água para lavar, e essa combinação remove toda a gordura da louça – o mesmo acontece com a nosso couro cabeludo com a combinação de xampu e água mais quente que o normal”, adverte.

Isso acontece porque não só a sujeira e o suor do dia a dia que vão ralo abaixo quando abusamos da água quente — os óleos naturais que protegem os fios também são prejudicados.
Ele ensina que os banhos de altas temperaturas também aceleram o ciclo natural de renovação da pele humana, que acontece a cada 28 dias. Com o uso de água muito quente, esse ciclo se reduz para 10 dias, aumentando aquela sensação desconfortável de descamação.
A redução da exposição solar ao longo do período também faz com que muitas pessoas tenham uma queda da Vitamina D no organismo, o que deixa a pele mais sensível a lesões.

“Caspa e descamação excessiva não são problemas estéticos – são problemas de saúde que acabam refletindo na estética. É sinal de que algo está errado”, afirma.

Caso não sejam tratados adequadamente, as condições podem gerar inflamação no couro cabeludo, e levar a doenças mais graves, como psoríase capilar – além de piorar quadros de calvície e afinamento capilar.
Quando procurar ajuda
Mas e quanto aos xampus anticaspa de farmácia – eles podem mesmo ajudar a resolver o problema? “Existem vários graus de descamação do couro cabeludo. Os mais leves podem ser amenizados com xampu comercial, mas caso não resolvam, é necessário procurar um especialista, para talvez entrar com um xampu medicamentoso. Em alguns casos – os mais graves – é necessário tomar medicação via oral”, explica o tricologista.

Fustinoni alerta também para que seja mantida uma rotina frequente de lavagem dos cabelos. “Pessoas que sofrem com a caspa às vezes não gostam de lavar o cabelo com frequência porque acham que piora o problema, mas é importante lavar, sim, para remover a oleosidade. Mas nada de esfregar com força durante a lavagem. Isso piora a lesão no local, causando um efeito conhecido como Fenômeno de Koebner”.

É importante buscar ajuda médica também caso apareçam descamações e lesões em outras áreas do corpo – sobrancelhas, nádegas, área nasal, peito e cotovelos, por exemplo. “Pode indicar algo mais sério, como psoríase, ou mesmo uma infecção por fungos”, adverte o tricologista.

Confira algumas medidas que ajudam a evitar a caspa:

1 –  Banho rápido e água morna – nada de ficar meia hora debaixo do chuveiro. Não é bom nem para o seu couro cabeludo, nem para o meio ambiente.
2 – Use o xampu adequado para seu tipo de cabelo. Cabelos oleosos pedem um xampu diferente dos cabelos secos.
3 – Não coce, nem remova as casquinhas que podem surgir com a descamação. “Muitas vezes a pessoa fica com vergonha e remove a casquinha, mas isso só intensifica o problema”, explica Fustinoni.
4 – Não durma com o cabelo úmido — isso pode aumentar a proliferação de fungos e piorar a caspa.
5 – Bonés e chapéus podem piorar o problema, por abafar o couro cabeludo.
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