Saúde e Bem-Estar

Carolina Kirchner Furquim, especial para a Gazeta do Povo

Intervenções estéticas buscam resultado natural com procedimentos menos agressivos

Carolina Kirchner Furquim, especial para a Gazeta do Povo
03/11/2019 08:00
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Campeões de procura nos consultórios médicos, o botox e o preenchimento com ácido hialurônico ou gordura costumam trazer resultados excelentes e têm grande indicação na medicina estética. Foto: Bigstock.

Manter o rosto belo, mas sem “denunciar” intervenções estéticas é o desejo de todos.
Menos traumáticas, agressivas e de menor duração, as cirurgias plásticas de face refinaram, com mudanças no modo de tratar, nos planos de dissecção, descolamento e tração e nas substâncias usadas na cirurgia.
O conhecimento sobre o comportamento da musculatura facial também progrediu, influenciando nas técnicas de reposicionamento das estruturas e levando à adoção de condutas mais específicas e eficazes para cada caso.

Procedimentos conservadores como a blefaroplastia, que melhora a aparência das pálpebras superior e inferior, rejuvenesce a área ao redor dos olhos e leva a um olhar mais descansado, deixaram de ser tão agressivos e com objetivos estreitos, como a simples remoção de bolsas. Hoje, pequenas incisões removem o excesso de gordura, pele e rugas finas da região, e deixam cicatrizes quase imperceptíveis, escondidas dentro das estruturas naturais das pálpebras.

O lifting facial também mudou e pode hoje ser realizado com anestesia local e sedação (uma tendência da cirurgia plástica), tornando o pós-operatório mais tranquilo e confortável.
A técnica se baseia na tração muscular para corrigir a queda e a flacidez da pele do rosto. Neste procedimento, o cirurgião acessa as estruturas da face por incisões mínimas e procede com o reposicionamento anatômico.
As cicatrizes acabam se confundindo com os próprios contornos da face e fazem do lifting uma opção cada vez menos invasiva e de recuperação acelerada.
Outras técnicas podem ainda ser associadas para corrigir as imperfeições faciais, como o lifting facial endoscópico, recomendado inclusive para pacientes ainda jovens e com discreta flacidez no rosto, em especial no terço superior da face.

O cirurgião faz pequenas incisões (de até 1,5 cm) no couro cabeludo e, com o auxílio de um endoscópio, realiza a dissecção das estruturas anatômicas, o reposicionamento dos tecidos e as suturas de suspensão. Sobrancelhas, pálpebras e cantos dos olhos caídos, sulcos profundos e bigode chinês podem se beneficiar desta técnica. Sempre, é claro, levando em conta as variáveis individuais de cada paciente.

Quando o incômodo é a papada, com excesso de gordura, o cirurgião pode realizar uma lipoaspiração com uma cânula de calibre muito fino, que ajuda a controlar sangramentos e diminui os traumas teciduais, facilitando a recuperação.
Contudo, se o problema for flacidez e excesso de pele, a lipo deve ser associada a uma cirurgia de remoção deste excesso, o que torna mais extenso o procedimento.

Adeus, bisturi

Campeões de procura nos consultórios médicos, o botox e o preenchimento com ácido hialurônico ou gordura costumam trazer resultados excelentes e têm grande indicação na medicina estética.
São procedimentos sem cortes realizados no próprio consultório e que não requerem internação e sedação, e existem para corrigir o que influencia o processo natural do envelhecimento: rugas, flacidez e atrofia de tecido, levando à perda do tônus muscular.

A toxina botulínica, em sua forma cosmética, reduz ou elimina rugas de expressão pela paralisação da ação muscular na região em que é aplicada. Os resultados duram até seis meses, quando os efeitos começam a desaparecer e os músculos faciais voltam a reagir.

Os preenchimentos, por sua vez, corrigem de lábios finos a sulcos e oferecem muitos dos benefícios de um lifting tradicionalmente cirúrgico, mas sem o período de inatividade exigido do paciente.
Ainda que os resultados da adição de volume sejam imediatos, quando o procedimento é feito com ácido hialurônico, sua duração é de até um ano e meio. Quando se opta pela gordura, retirada do próprio paciente (lipoenxertia), não há risco nem de reação, nem de rejeição do organismo. Apesar da reabsorção de parte da gordura transplantada, o resultado é perene e natural.

“As cirurgias plásticas são hoje menos traumáticas, agressivas e de menor duração. Em relação à face, evoluíram a dissecção, descolamento, tração e reposicionamento das estruturas”, diz Renato da Silva Freitas, cirurgião plástico.

Plástica sem cortes é também o objetivo da Sutura Silhouette, uma técnica norte-americana, praticada há quatros anos no Brasil. Ela oferece resultados imediatos no combate a rugas e flacidez.
O tratamento consiste na aplicação de fios de ácido polilático, que agem como um mecanismo de sustentação, e é indicado até mesmo para pacientes mais jovens, na casa dos 30 anos. A tecnologia possibilita um efeito de lifting e sua aplicação é simples, com anestesia local. Os resultados duram até 18 meses e os fios ainda têm efeito regenerativo, pois estimulam a produção natural de colágeno pelo organismo.
Fontes: cirurgiões plásticos Marco Aurélio Gamborgi, Sandro Beira e Renato da Silva Freitas, presidente da Regional Paraná da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e chefe da disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal do Paraná.
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