Saúde e Bem-Estar

Cecília Aimée Brandão, especial para a Gazeta do Povo

Para recuperar do cansaço, cochilo tem hora e duração certas para trazer resultado

Cecília Aimée Brandão, especial para a Gazeta do Povo
17/04/2019 11:30
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Após um bom cochilo, deve-se acordar com a sensação de aumento de energia. Foto: Bigstock.

A correria da rotina pode ser exaustiva. Hora para acordar, horário para bater ponto no trabalho, hora do almoço cronometrada, compromissos familiares, atividades físicas, vida social… São inúmeras as tarefas e muitas vezes parecem faltar horas no dia para executar todas elas.
Muitos chegam ao fim de uma jornada completamente exaustos e sem energia. No entanto, 30 minutos de intervalo no meio desse turbilhão podem fazer toda a diferença: esse é o tempo médio recomendado por médicos para um cochilo eficiente.
O neurologista do Hospital Santa Cruz, Thiago Yoshida, explica:

“O cochilo deve ser feito em um horário distante da noite e do sono efetivo habitual, para evitar a insônia depois. O recomendável é que dure de 10 minutos até uma hora”.

A dica para um bom cochilo é justamente evitar a cama e o quarto, ambiente que deve ser exclusivo para relaxamento e sono noturno.  Foto: Bigstock
E não precisa ir até em casa para fazer essa pausa – um local silencioso, com luminosidade adequada e que permita um descanso com uma boa postura (para evitar dores e torcicolos), é o ideal.

“A dica para um bom cochilo é justamente evitar a cama e o quarto, ambiente que deve ser exclusivo para relaxamento e sono noturno”, recomenda o psiquiatra e psicoterapeuta da Clinipam, Carmilon Rezende Neto.

Quando então fazer esse cochilo?Tradicionalmente, após o almoço é o horário mais adequado, especialmente se houver a ingestão de alimentos muito gordurosos. Esse horário é também o mais recomendado por ser distante da noite. “Após um bom cochilo, deve-se acordar com a sensação de aumento de energia. Se você acordou mais cansado, confuso ou sonolento, é um sinal de que acabou dormindo profundamente, e poderá então ter problemas com o sono noturno”, alerta o psiquiatra Carmilon.

“Por outro lado, deitar no sofá ao chegar do trabalho pode ser uma grande armadilha. Embora existam estudos que demonstrem inúmeros benefícios desse cochilo, ele não substitui o sono noturno, justamente por ser breve e não contemplar todas as fases fisiológicas necessárias. Pessoas com insônia devem evitar essa atitude”, diz Thiago Yoshida, neurologista do Hospital Santa Cruz.

Sono picado é sempre ruim?

Sim. O sono picado é considerado um tipo de insônia. “As fases do sono ficam interrompidas, atrapalhando todas as funções reparadoras do sono”, adianta o psiquiatra e psicoterapeuta da Clinipam, Carmilon Rezende Neto. 

“No sono fragmentado, suas etapas se sucedem de forma desproporcional, em detrimento das fases mais profundas. A consequência é uma evidente percepção de cansaço e dificuldade de concentração durante o dia”, alerta o neurologista Thiago.

Distúrbios urinários, respiratórios e emocionais são fatores que levam a uma maior probabilidade de fragmentação do sono. Quando o sono picado for prejudicial para as atividades diárias, o ideal é que se procure um médico, que poderá orientar quanto à realização de exames e definição de eventuais tratamentos.
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