Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Cólicas podem ser causadas por miomas no útero. Veja como tratá-los!

Amanda Milléo
08/11/2019 08:00
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Em grande parte benignos, os miomas são comuns em 40% das mulheres em idade reprodutiva e têm tratamento definido.
Miomas são pequenos nódulos musculares que surgem por diferenciação celular em três diferentes locais da musculatura do útero, sem motivos definidos.

Se estiver dentro da musculatura do útero, são chamados de intramurais. Na camada externa do músculo, são subserosos. Já o mioma que está dentro da cavidade do útero, próximo do endométrio, é considerado submucoso.

Por ser dependente do hormônio feminino estrogênio, a partir da liberação desse hormônio no organismo, o mioma pode aparecer ou mesmo crescer.
Confira mais informações sobre miomas de acordo com informações do médico ginecologista especialista em reprodução humana e em cirurgia videolaparoscópica Francisco Furtado Filho, o médico oncologista Evanius Wiermann e a médica ginecologista obstetra Juliana Amato:
Principais sintomas
Os sintomas variam conforme o tipo de mioma. Se for intramural, a mulher pode ter cólicas de maior intensidade e um fluxo menstrual maior, durante o período menstrual.
Dependendo do tamanho, esses miomas podem prejudicar a gravidez. No caso dos subserosos, como estão fora do útero, não têm sintomas claros, apenas quando atingem volumes grandes e comprimem outros órgãos, como a bexiga ou intestino.
Os miomas submucosos podem apresentar cólicas em menor intensidade, mas a maior característica é de sangramentos entre as menstruações, fora do período esperado.
De qualquer forma, se a mulher apresentar cólica e aumento do fluxo menstrual sem explicação é importante fazer o exame de ultrassonografia pélvica transvaginal e procurar miomas.
Fatores de risco
Por ser uma doença bem prevalente entre as mulheres, poucas nunca terão um mioma na vida.
No entanto, mulheres que eventualmente nunca usaram pílula anticoncepcional ou optaram por uma gravidez tardia, depois dos 35 anos, ou ainda negras e orientais têm uma incidência maior de desenvolver miomas, conforme consta na literatura médica.
No caso da pílula e da gravidez tardia, uma explicação é que essas mulheres ficaram pouco tempo sem o hormônio estrogênio – do qual os miomas são dependentes.

Risco de se tornar maligno É muito raro que o mioma benigno se torne maligno. Cerca de 1% deles acaba se malignizando, de acordo com especialistas. Além disso, não existe hereditariedade do mioma nesses casos.

Formas de prevenir
Não há uma prevenção específica, mas a ida anual ao médico ginecologista é uma maneira de manter o mioma controlado. Pelo exame de ultrassonografia pélvica transvaginal é possível verificar o tamanho e localização do mioma, e acompanhar o seu crescimento ou estabilização.
Tratamentos disponíveis
Os tratamentos definitivos para os miomas são cirúrgicos.
Atualmente, a laparoscopia cirúrgica é uma das formas mais usadas para retirar os miomas, pois é minimamente invasiva, e conserva o útero.
Nas pacientes com filhos, e que têm sintomas fortes, é aconselhável a histerectomia, ou a retirada do útero. Se a mulher estiver na menopausa, os especialistas indicam a retirada dos ovários também, para prevenir câncer de ovário, comum a partir dos 50 anos.
Outro tratamento intervencionista é a embolização dos miomas. O radiologista, através de um cateter colocado através da veia ilíaca, segue até a artéria uterina e coloca micro êmbolos, fechando a circulação de sangue para o mioma. Com isso, o mioma necrosa e morre.
Embora seja uma cirurgia bastante usada, é preciso cuidado, pois pode desencadear problemas no endométrio e de implantação embrionária, por falta de vascularização da área.
Há ainda os tratamentos medicamentosos, mas que são limitados. O crescimento mioma é controlado apenas durante o período em que a mulher fizer uso do anticoncepcional hormonal.
A partir do momento em que a mulher para com a medicação, os miomas voltam a crescer. Além disso, nem todo mundo responde ao tratamento medicamentoso.

Malignos Quando o mioma se torna maligno, o tratamento muda. Primeiro é feita a cirurgia e, depois, dependendo do grau e tamanho, pode ser prescrito radioterapia. Quimioterapia apenas quando o tumor sofrer metástase, o que é muito raro.

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