Saúde e Bem-Estar

Da redação

Como identificar se um médico é charlatão

Da redação
01/08/2016 14:42
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Profissionais mal intencionados e aproveitadores estão por todas as áreas, inclusiva na saúde. “Médicos” que prescrevem medicamentos “milagrosos”, que curam desde unha encravada a câncer, por vezes enganam pacientes que buscam os milagres a qualquer custo. Veja os sinais de como identificar se o profissional é, na verdade, um charlatão, de acordo com as informações do médico endocrinologista Mateus Dornelles Severo, publicadas no site da Sociedade Brasileira de Diabetes.
1) Termos muito técnicos nas consultas. Usar uma linguagem muito técnica para explicar o tratamento é uma das estratégias dos “charlatões” no consultório. Os termos muito técnicos acabam confundindo o paciente, levando-o a escolher o tratamento que o médico desejar.
2) Dr. em nada. Médicos ganham o título de especialistas somente depois de realizarem estágios supervisionados, em programas de residência médica, ou pelas provas de título, ministradas por sociedades brasileiras reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Para confirmar se o médico é, de fato, o que ele diz ser, entre no site do CFM e busque pelo nome do médico. Ali estará a atuação do médico, em qual especialidade, e se está ativo ou não.
3) Não confie no luxo. O consultório pode ser o mais luxuoso da cidade, frequentado por celebridades e famosos, com consultas e tratamentos muito caros. No entanto, isso não significa que o tratamento ou o profissional sejam os melhores – apenas que eles querem que você pense assim. Confira sempre o nome do médico no CFM, e busque referências com quem já se consultou ali.
4) Atenção aos estudos científicos citados. Nem sempre é fácil interpretar um estudo científico – e é por isso que alguns profissionais usam estudos sem tanto rigor científico em benefício do seu argumento. Se o “médico” vier com estudos assim, fique de olho nos seguintes aspectos: quantas pessoas foram estudadas? (A conclusão de uma pesquisa feita com um grupo pequeno de pessoas não tem o mesmo valor que aquela feita com um grupo maior) e você já ouviu falar na revista científica onde o estudo foi publicado? (The Lancet, British Medical Journal [BMJ] e Journal of American Medical Association [JAMA] são revistas científicas de renome, com mais chances de idoneidade na publicação).
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5) Muitos exames ou tratamentos. Existe um movimento médico – tanto fora quanto aqui dentro do Brasil – de reduzir o número de exames, intervenções e tratamentos para o mínimo possível, com benefícios reais para o paciente. Exames só devem ser solicitados quando beneficiem o paciente, seja na prevenção de alguma doença ou identificação e monitoramento da mesma. Muitos exames passa uma sensação (falsa) de que você está sendo bem avaliado.
6) Receitas muito extensas. Desconfie quanto a prescrição dos medicamentos for muito extensa, sob o pretexto de ser muito “exclusiva”. Muitas vezes, a “extensão” da receita é bem parecida à prescrição tradicional, disfarçando o uso de substâncias proibidas ou cuja indicação ainda é questionada no meio médico.
7) Desconfie das promessas.  Corpo perfeito? Desintoxicação total? Juventude? Vigor físico sem esforço nenhum? Cura de doenças crônicas? Não existe fórmula mágica para todos os desejos dos pacientes. Sempre desconfie das promessas milagrosas.
8) Gurus citam outros gurus. Os médicos bem intencionados sempre têm referências, buscadas pela literatura científica, e são várias. O “charlatão”, ao contrário, costuma citar outro “charlatão” ou “guru” de maior destaque, e até ministram cursos, vendendo informações sem caráter científico a outros profissionais “gurus”.
9) Não é possível questionar? Fique de olho! Ciência precisa da crítica. É só assim que novas ideias vão surgindo e a ciência evolui. Fique de olho quando o “médico” não gosta de críticas ao método proposto ou questiona a “medicina tradicional” sem muitos argumentos.
10) Dr. Injustiçado. Não é incomum que esses profissionais tenham processos éticos ou judiciais contra eles. Faça uma pesquisa no Google com o nome deles, além do site do CFM.