Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Lavar a garrafa térmica com água fervente é insuficiente em alguns casos

Amanda Milléo
24/11/2019 13:00
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O ideal é, além do escalde (que tem uma função muito mais gastronômica), fazer uma limpeza mecânica da garrafa, com esponjas ou escovas de mamadeira. Foto: Bigstock.

O hábito de escaldar a garrafa térmica antes de passar o café ou chá pode ser comum, mas não tem uma explicação para a saúde.
Embora seja fervente, a água sozinha não consegue fazer a limpeza total da garrafa em todos os casos, eliminando os micro-organismos que ali possam se desenvolver.

O ideal é, além do escalde (que tem uma função muito mais gastronômica), fazer uma limpeza mecânica da garrafa, com esponjas ou escovas de mamadeira.

As opiniões das especialistas ouvidas pelo Viver Bem sobre o jeito certo de fazer a limpeza e os problemas que uma garrafa térmica “suja” pode causar são distintas.
Mas, de forma geral, se você tem o hábito de colocar na garrafa o café ou chá com leite, a limpeza deve ser mais intensa e frequente.

“Para o café, só a água quente basta porque os micro-organismos não se desenvolvem em produtos em pó. Se eu coloco na garrafa o leite, este tem todos os nutrientes suficientes para os micro-organismos se proliferarem. Conforme a temperatura diminui ou sobram alguns resíduos do leite na garrafa, o risco de se desenvolverem é maior”, explica a engenheira de alimentos Laura Karam.

No caso de misturar leite ou qualquer outro alimento lácteo na garrafa, o ideal é fazer a limpeza com uma escova ou esponja com um detergente tradicional.
É importante, no entanto, ficar atento ao sabão para a retirada total, sem deixar resíduos.

“O ideal é não colocar nenhum outro líquido, além de água e café, na garrafa. Até porque isso faz com que ela dure menos tempo. No caso de colocar leite, mesmo que use uma escova, nunca ela é limpa totalmente. Se ocorrer uma proliferação dentro dela, não há o que fazer. A garrafa sempre deve ser guardada fechada e seca, depois de uma lavada com água, seja quente ou morna”, sugere a médica nutróloga Marcella Garcez Duarte.

Dos riscos de contaminação, a médica infectologista Marta Fragoso ressalta a presença de bactérias pseudomonas e acetobacter, que podem levar a quadros de diarreia.
“Para pessoas com a imunidade adequada, pode não ser um problema, mas se houver algum prejuízo na defesa do organismo, essa exposição pode afetar a saúde”, explica.
A médica ainda ressalta a importância da limpeza mecânica, com o uso de esponjas ou escovas.

Bicarbonato ajuda

Fungos e bactérias não suportam meios com pH básico, que é o proporcionado pelo bicarbonato de sódio.
Outra limpeza indicada pelas especialistas é que, uma vez por semana, a garrafa receba uma mistura de um litro de água com duas colheres de sopa de bicarbonato e permaneça, assim, por algumas horas.
“Mesmo que depois você faça a limpeza com uma escova, o bicarbonato ajuda na limpeza, da mesma forma que o hipoclorito. Ambos são usados na higienização de outros utensílios de cozinha, como tábuas e talheres”, ressalta a nutricionista Milene Engler Boçon.
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