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Descongestionantes desenvolvidos à base de soro fisiológico ou água do mar purificada e micro filtrada não são agressivos, servindo apenas para a lavagem nasal, sem causar vícios. Foto: Bigstock.
Descongestionantes desenvolvidos à base de soro fisiológico ou água do mar purificada e micro filtrada não são agressivos, servindo apenas para a lavagem nasal, sem causar vícios. Foto: Bigstock.| Foto:

No inverno e com a queda das temperaturas aumentam as crises nas pessoas com rinite alérgica.

Além do incômodo, outro problema costuma surgir nesta época do ano: o abuso na automedicação para aliviar os sintomas, principalmente com o uso dos chamados descongestionantes nasais que levam pseudoefedrina na composição.

O uso frequente desses medicamentos tende a causar dependência.

Diversas marcas de descongestionantes podem ser encontradas e adquiridas com facilidade nas farmácias, sem nenhum tipo de receita.

As gotinhas, consideradas “milagrosas”, têm efeito vasoconstritor, isto é, fazem com que os vasos sanguíneos do nariz desinchem. Pelo fato de a região ser muito vascularizada, quando há o entupimento, ocorre a dilatação das veias e por consequência a dificuldade de respiração.

Corrente sanguínea

Com o passar do tempo, a mucosa nasal absorve pequenas quantidades da substância vasoconstritora que acabam na corrente sanguínea, causando o vício. Paulo Mendes Júnior, médico otorrinolaringologista especialista em rinite alérgica, alerta para os perigos do uso sem orientação médica. “Provoca um alívio imediato, mas causa um efeito rebote no organismo. Alivia, mas os sintomas voltam”, diz o especialista.

O efeito rebote é aquele em que ocorre a volta de uma ação inesperada e oposta ao estímulo que a originou. “O paciente vicia, não consegue ficar sem, gerando ansiedade. Precisa ter ao lado a todo o momento. Há quem deixe debaixo do travesseiro, mas isso não resolve”, afirma Paulo.

Efeitos colaterais

Um dos efeitos colaterais do abuso é a a rinite alérgica tornar-se vasomotora, ou pelo excesso de vasos sanguíneos no nariz ou pela hipersensibilidade.

Nesse caso ocorre uma dilatação desses vasos sanguíneos no interior do nariz. A consequência é o inchaço do revestimento da passagem nasal. “Qualquer alteração climática gera crises”, diz o otorrino.

Outro agravante é que os componentes dos descongestionantes podem atingir artérias do coração e causar, entre outros problemas, arritmias cardíacas. “O produto não deveria ser liberado sem orientação médica”, opina Paulo.

Tratamento deve ser feito com medicamentos específicos

A rinite não é a única causa de congestão nasal. Sinusite, gripe e resfriado também resultam na obstrução e interferem na qualidade de vida.

Nesses casos específicos os descongestionantes vasoconstritores podem ser indicados, por meio de receita, para um tratamento que não ultrapasse três dias. Estes remédios também são indicados para pós-operatórios, como no caso de cirurgia de septo.

Olavo Mion, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (Aborl-CCF), enfatiza que o tratamento da rinite alérgica deve ser feito com medicamentos específicos, como corticoides, que gradativamente diminuem os incômodos sintomas.

Liberados

Descongestionantes desenvolvidos à base de soro fisiológico ou água do mar purificada e micro filtrada não são agressivos, servindo apenas para a lavagem nasal, sem causar vícios. “Pode utilizar, desde que não seja hipertenso, devido ao sal da composição”, explica Paulo Mendes Júnior, médico otorrinolaringologista.

Fique atento

– Use descongestionantes vasoconstritores apenas com a prescrição do médico.
– Quando necessário, o tratamento não deve ultrapassar três dias.
– Em caso de resfriados e gripes, opte por medicamentos à base de soro fisiológico ou água do mar.
– No caso de não conseguir suspender o uso, verifique o tratamento adequado para a rinite medicamentosa.
– Não utilize em crianças sem prescrição do pediatra.
– Busque informações com seu médico otorrinolaringologista.

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