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Dentistas falam sobre as vantagens e desvantagens de extrair o dente do siso. Foto: Bigstock.
Dentistas falam sobre as vantagens e desvantagens de extrair o dente do siso. Foto: Bigstock.| Foto:

Nem todo mundo percebe os danos que os dentes do siso podem causar à saúde bucal. Mesmo escondidos, se a erupção ocorrer — ainda que parcialmente — e o paciente não conseguir fazer uma limpeza adequada, cáries se formam ou restos de comida se acumulam na região e infecções, como a pericoronarite, podem surgir.

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Isso não significa, porém, que todo mundo precise passar pela cirurgia de extração do siso. Caso o dente tenha nascido com espaço suficiente para crescer e a pessoa consiga morder normalmente (com o siso se encaixando no dente de cima ou debaixo da arcada), ele não precisa ser extraído. Em algumas situações, ainda, o siso não chega nem a se formar. 

“É uma situação mais incomum, de quando o siso não precisa ser retirado. Acontece quando a parte óssea das arcadas, o tamanho, é compatível com os dentes. Mas, em geral, o siso não tem espaço no arco para nascer na posição correta”, explica Cristian Higashi, cirurgião-dentista e sócio-proprietário da clínica conceito Ki Odontologia.

Sem espaço adequado, ou o siso acaba ficando dentro do osso ou acaba “virando”, empurrando a posição dos outros dentes. “Nessa posição deitado, quando entorta ou apinha os outros dentes, se o siso estiver em contato com o segundo molar, pode forçá-lo e danificá-lo. Às vezes isso acontece dentro da gengiva e o paciente não consegue ver”, reforça Higashi, que também é mestre, doutor e professor no Instituto Latino-Americano de Pesquisa e Ensino Odontológico (ILAPEO).

Siso pela metade: retira?

Em casos que o dente do siso nasce parcialmente, há o risco maior do desenvolvimento de uma infecção importante chamada de pericoronarite. Isso porque o dente pela metade deixa um espaço aberto na gengiva, onde pode se acumular comida e o paciente ter dificuldades na limpeza do local.

Mesmo que não seja uma infecção exclusiva dos sisos, são nesses dentes que a pericoronarite aparece com mais frequência. A indicação, nesses casos, pende para a retirada dos sisos.

“A melhor idade para a retirada dos sisos é entre os 16 e 18 anos de idade, porque a raiz, nessa época, ainda não está completamente formada. Uma das indicações é pela falta de espaço na boca, ou o dente está virado e isso impede o tratamento ortodôntico. Se o dente nasce pela metade, tem o risco de infecção, e neste caso é preciso tirar também”, sugere Andrea Duarte Doetzer, coordenadora do curso de especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da ABOPR, e preceptora da residência em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do hospital Evangélico de Curitiba. 

O que fazer antes de tirar o siso

A primeira orientação aos pacientes é sempre buscar por orientação especializada, no caso de um cirurgião-dentista. A partir de exames de imagem, como radiografias (sejam elas as panorâmicas ou de rotina), o cirurgião-dentista conseguirá avaliar qual é a melhor abordagem para a retirada — caso necessária — do dente do siso.

Nem sempre tirar os dentes do siso é uma decisão acertada. Confira quando é necessário! (Foto: Bigstock)
Nem sempre tirar os dentes do siso é uma decisão acertada. Confira quando é necessário! (Foto: Bigstock)

Uma das maiores preocupações dos especialistas é com relação aos dentes do siso localizados na região inferior. Isso porque, de acordo com Cristian Higashi, cirurgião-dentista da Ki Odontologia, é preciso avaliar a proximidade dos dentes com o nervo que circula dentro da mandíbula.

“Hoje temos exames que detectam a distância entre o dente e o nervo, e muitas vezes envolve o nervo, ou está muito próximo. Há manobras cirúrgicas específicas para a remoção. Caso haja dano ao nervo, o paciente pode ter uma paralisação da sensibilidade da região”, reforça o especialista. Em alguns casos, o dano consegue ser revertido, mas em outros não.

Valores

São muitas as variáveis que interferem na cobrança pela retirada dos dentes do siso. A complexidade da retirada, o grau de exigência e dificuldade acabam elevando o preço, conforme explica Cristian Higashi, cirurgião-dentista.

Quem está com os dentes bem posicionados e de fácil retirada, os valores podem variar entre R$ 300 a R$ 500 para a remoção. Do contrário, se a dificuldade for maior, a remoção pode custar entre R$ 1.000 a R$ 1,5 mil, em média.

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