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O craque Neymar Jr. em campo. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O craque Neymar Jr. em campo. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo| Foto: Gazeta do Povo

O brasileiro torceu, gritou, criou memes, mas infelizmente não deu, o sonho do hexa foi adiado mais uma vez: por um placar de 2 x 1 a seleção brasileira foi derrotada na Copa do Mundo da Rússia pela Bélgica nas quartas de final. O futebol é uma paixão tão grande no Brasil que é difícil lidar com a frustração. Elaborar esse sentimento de perda é difícil e os torcedores mais fervorosos sofrem verdadeiramente. Choro, raiva e tristeza são as reações mais comuns.

Segundo a psicóloga Laurema Suckow de Castro, se apostamos todas as nossas fichas em algo para nos trazer realização, a chance de frustração é muito grande. “Estamos vivendo um momento no país com muitos problemas sociais, políticos e econômicos. As pessoas buscam algo para dar alegria, e o futebol surge como um alívio, uma chance de ficarmos felizes”.

Ela ressalta ainda que o fato de termos perdido o jogo do 7×1, para a Alemanha, na Copa do Brasil, em 2014, também aumenta esse sentimento de frustração. “O brasileiro está com aquele trauma que ainda não foi cicatrizado. Aquilo foi algo muito chocante e acredito que os brasileiros estavam esperando uma revanche para poder transcender aquele sentimento e seguir em frente”, diz.

A psicóloga explica que a maior parte das pessoas consegue elaborar  o sentimento de perda e tristeza. “A pessoa sabe que é um jogo, um esporte e que perder faz parte. Ela fica triste, claro, mas logo isso passa e ela retoma seus afazeres e sua vida sem maiores problemas.” Entretanto, as pessoas que são mais imaturas irão sentir a derrota com mais força. “Nos níveis mais exagerados, vemos alguns torcedores que se envolvem tanto com o futebol que podem chegar a quebrar coisas, brigar e gritar. Em geral, isso acontece com pessoas menos maduras, que não tiveram limites na infância e, com isso, nesses momentos acabam repetindo comportamentos infantis”.

Pais devem conversar com as crianças

Por serem mais imaturas, as crianças sentem tudo com mais intensidade e com o futebol não é diferente. Os jogadores são verdadeiros ídolos para os pequenos e muitos não aceitam a perda com facilidade. “Em geral, as crianças são o reflexo dos pais: se os pais são mais calmos, as crianças tendem a também agirem com mais tranquilidade.” Entretanto, a psicóloga ressalta que essa geração atual de crianças costuma ser mais mimada, a ter tudo o que pedem e não serem acostumadas a ouvir muitos não. “As crianças que não receberam limites dos pais, terão mais dificuldade de assimilar a derrota.”

Caso os pequenos respondam com agressividade, Laurema aconselha os pais a agir. “Os adultos têm que atuar na hora, para que não passem dos limites. Pode deixar a criança sentir raiva e tristeza, mas se isso extrapolar e ela quiser quebrar algo ou brigar é o momento de intervir. Dar limites é fazer com que a criança aprenda a lidar com a frustração mais tarde. Então, os pais podem aproveitar esse momento difícil e ter essa conversa, explicando que existem coisas que fogem do nosso controle. Isso fará com que a criança venha a ser um adulto mais saudável.”

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