Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

“Leve seu amor para academia”, diz Marcio Atalla sobre como fugir do sedentarismo

Amanda Milléo
27/05/2019 08:09
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Procure envolver amigos, familiares, namorado(a) na sua mudança de hábitos. Ter alguém conhecido, que você ama, transforma a atividade física em um momento agradável! Foto: Bigstock.

Quem nunca acordou em uma segunda-feira disposto a deixar a vida sedentária para trás? Você pode ter se inscrito em uma academia, comprado uma roupa de ginástica nova, e pode até ter mantido muito bem durante uma ou duas semanas. Na terceira, uma chuva desmotivou, o frio pegou e, quando você percebeu, a academia ficou abandonada por um mês inteiro.
Não é uma cena incomum, mas também é impossível de ser revertida! Em entrevista exclusiva ao Viver Bem, o educador físico Márcio Atalla (apresentador do quadro Medida Certa, do programa Fantástico, da Rede Globo) trouxe dicas de ouro para quem quer deixar esse passado para trás, e nunca mais largar a vida fisicamente ativa. Confira!

1) Seu cérebro detesta exercícios! Logo, persista!

A preguiça que você sente todas as manhãs antes de ir para a academia é mais do que normal: é uma tática do seu cérebro para mantê-lo na cama, poupando energia, já que ele é o responsável por 20% do gasto calórico diário. “O nosso corpo é geneticamente programado para poupar energia. Durante anos, passamos muita necessidade e só sobreviveu aquele que soube poupar e estocar energia”, explica Márcio. Logo, é importante perseverar contra esta lógica todos os dias. Três meses é o tempo mínimo que você precisa repetir a atividade para que o seu corpo e cérebro entendam que aquilo passou a ser realmente um hábito novo. Nesse período, o exercício precisa ser repetido durante 70 a 75 dias, pelo menos.
Márcio Atalla: como deixar o sedentarismo para trás e nunca mais voltar? (Foto: reprodução Instagram)
Márcio Atalla: como deixar o sedentarismo para trás e nunca mais voltar? (Foto: reprodução Instagram)

2) Exercitar-se deve ser decisão consciente. Às vezes, contra a sua vontade

Uma vez que o corpo está tentando manter-se parado, é preciso entender que o exercício deve ser uma decisão consciente. “Antigamente, você só de andar muito pela cidade, subir pelas escadas, era fisicamente ativo. Agora, você precisa criar o hábito”, reforça o educador físico. “Outro dia, uma pessoa me disse que queria tanto ter a minha vontade de fazer exercício. Eu respondi: ‘mas e quem disse que eu tenho essa vontade? Uns dias sim, mas outros não, e mesmo assim eu vou fazer exercício’. É assim que eu crio o hábito”, diz Márcio Atalla.

3) Fuja da moda: faça aquilo que você quiser

Não entre na conversa das academias para se inscrever nas aulas da moda. De nada adianta acompanhar os movimentos da professora se você não estiver curtindo ou se isso não for um momento de prazer. Forçar só fará com que você abandone mais rápido os exercícios! Se você gosta de dançar, dance! Se só o que puder fazer é subir as escadas todos os dias, faça isso também!
“[Faça] qualquer movimento que você possa reproduzir todos os dias, porque o seu corpo vai entendendo que esse é o novo padrão. Naturalmente, o corpo vai se adaptando, condicionando e aquilo passa a ficar mais fácil. Quando você menos perceber, já adquiriu o hábito”, sugere o especialista.

4) Leve alguém que você ama

Procure envolver amigos, familiares, namorado(a) na sua mudança de hábitos. Ter alguém conhecido, que você ama, transforma a atividade física em um momento agradável!

“As pessoas me perguntam por que eu dirijo uma hora todo sábado e domingo para jogar vôlei, mas não é pelo vôlei. Eu encontro uma galera que eu gosto tanto, e eu não me importo. Então, envolver alguém que você goste em uma atividade que te dê prazer é uma boa sugestão”, explica Márcio Atalla.

5) Não restrinja muito sua alimentação

Toda privação gera uma compulsão. Então, desconfie das dietas da moda, que exigem que você corte grupos alimentares inteiros – mesmo que sejam os açúcares. Reduzir, sim. Cortar totalmente, por quê?
“É muito melhor que se coma um pouco todos os dias, saber que não é proibido comer um chocolate, e ter uma relação mais amigável com os alimentos. Se doces, farinha branca, fossem veneno, como se vê na internet, a população do mundo não estaria em oito bilhões de pessoas”, diz o especialista.
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