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Ser pouco ou excessivamente sensível aos ruídos pode ser um indicativo. Fique de olho(Foto: Bigstock)
Ser pouco ou excessivamente sensível aos ruídos pode ser um indicativo. Fique de olho(Foto: Bigstock)| Foto:

Na maior parte das vezes, a dor de cabeça nas crianças não tem uma causa que deve preocupar os pais. Se forem eventuais e se se resolverem com medicamentos rapidamente, melhor. Se surgirem de repente e tiverem sintomas associados, como vômito, é importante buscar ajuda médica.

Alguns fatores, no entanto, estão relacionados ao desencadeamento de dores de cabeça nas crianças e adolescentes. De acordo com um estudo divulgado pela revista científica da Associação Médica Alemã, não praticar atividades físicas, ter sobrepeso, não ter muito tempo livre e divórcio dos pais são situações que podem gerar a dor nas crianças.

O estudo, citado por Fernando Tensini, médico neurologista do hospital Marcelino Champagnat, durante a entrevista para o Papo Saúde do Viver Bem nesta terça-feira (18), ressalta também o impacto de bullying na escola e até mesmo um tratamento considerado injusto pelo aluno, dado pelo professor. Confira os principais fatores que podem gerar dores de cabeça nas crianças e o risco de cada um deles:

Pouca atividade física – aumenta de uma a duas vezes o risco da dor.

Sobrepeso – o risco da dor é até 1,4 vezes maior.

Tomar café com frequência – até 2,4 vezes maior.

Não ter tempo livre – até 2 vezes maior.

Escutar música de uma a duas horas por dia – até 2,1 vezes maior.

Divórcio dos pais – até 5,8 vezes maior.

Bullying – se for caso raro, aumenta 1,4 vezes; se for semanalmente, aumenta 1,8 vezes.

Tratamento injusto pelo professor – até 1,2 vezes maior.

Altas expectativas da família – até 1,4 vezes maior.

Experiência pessoal negativa – até 1,8 vezes maior.

Perguntas mais comuns dos pais:

Na última terça-feira (18), o Viver Bem entrevistou o médico neurologista Fernando Tensini, médico do hospital Marcelino Champagnat, sobre os diferentes sinais e tratamentos das dores de cabeça em crianças. Confira as principais dúvidas dos pais:

Como identificar a dor de cabeça nas crianças pequenas?

A partir dos 7 anos de idade, a criança, embora ainda pequena, consegue expressar a dor aos pais e explicar como ela dói. Antes disso, porém, as crianças podem sentir dor e cabe aos pais identificar sinais de que o incômodo está presente.

Ter um comportamento mais manhoso e choroso é um dos primeiros sintomas, de acordo com Fernando Tensini, médico neurologista. “Uma criança muito nova pode também parar de mamar, parar de se alimentar, vai querer ficar em um canto mais escuro da casa, mais sossegada, vai parar de brincar. São sinais indiretos que os pais devem prestar atenção”, reforça o médico.

Quais são as causas mais comuns das dores de cabeça nas crianças?

As dores de cabeça podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias. No caso das primárias, não existe uma causa específica – a dor é a doença por si só. São representadas pelas enxaquecas, cefaleias do tipo tensional e em salvas. “Você investiga, mas não há nada de errado com a pessoa, além da dor de cabeça”, reforça o médico.

As dores secundárias têm uma origem. Embora muitos possam achar que vem de um tumor ou alguma doença mais grave, mais de 90% dos casos é decorrente de algo mais simples, como gripes, resfriados ou sinusites. Das poucas crianças que fazem um exame de imagem, uma tomografia, em 60% das vezes o exame traz resultados normais.

Quando me preocupar com a dor de cabeça da criança?

Dependendo do local onde a dor está localizada, pode indicar algum problema mais grave. Dores na região occipital da cabeça, ou na parte detrás dela, acompanhada de febre alta e prostração, e sem outra infecção, como a sinusite, pode ser o indicativo de uma meningite.

“Tumores dificilmente geram uma dor aguda, pois têm um crescimento lento e, até causarem dor, precisam de um tamanho considerável. Além disso, tumores trariam outros sinais, como fraqueza de um lado do corpo, dificuldades para se locomover”, reforça o neurologista.

Posso dar remédio sem prescrição médica quando ela sentir dor?

Embora a recomendação de nunca dar um medicamento sem a prescrição do médico seja algo reforçado nos consultórios e hospitais, na prática dificilmente isso acontece e muitas pessoas acabam recorrendo à automedicação. E, nem sempre, esse é o pior caminho, mas alguns detalhes precisam ser alertados.

“Se a dor de cabeça da criança acontece repetidas vezes e o pai dá sempre o mesmo remédio, mesmo que funcione, talvez o pai esteja resolvendo um problema na hora e postergando um tratamento mais eficaz a longo prazo”, explica o neurologista.

Com isso, os pais caem no risco muito comum de entrar em uma categoria específica de dor de cabeça, que é aquela causada pelo abuso do analgésico. “É algo que as pessoas têm em mente e muitas dizem que tomam um remédio que antes era bom, mas agora deixa de funcionar. Se você toma o mesmo remédio 10, 12, 15 vezes no mês para tratar a dor de cabeça, existe uma boa chance de que você comece a ter dor de cabeça por causa do remédio”, reforça Tensini.

O que é importante contar e perguntar na consulta com um neurologista?

Fazer um Diário da Dor de Cabeça é uma atitude que auxilia muito o trabalho do médico de investigação das causas da dor no paciente.

Anote sempre que a dor surgir, dia e horário, bem como quais são as suspeitas que você têm com relação a ela. Poderia ser porque você comeu algo mais pesado no dia anterior? Ou porque teve uma noite de sono ruim? Escreva também quais medicamentos tomou para passar a dor e se funcionaram.

“A experiência negativa é sempre fácil de ser lembrada e, normalmente, quando você pergunta ao paciente se ele teve dor, ele responde que sim, todos os dias. Nem sempre é todos os dias. Você vê no diário que foram 2 a 3 vezes na semana, o que é muito, mas muda a forma como o médico vai abordar o problema”, explica Fernando Tensini.

Veja a entrevista completa!

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