Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Double dipping: por que você não deve compartilhar o molho dos petiscos com os colegas

Amanda Milléo
20/03/2018 12:06
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(Foto: Bigstock)

Em uma reunião de amigos com um prato de batata frita ou petiscos, a prática do “double dipping“, ou a dupla imersão, é velha conhecida. Alguém dá uma mordida na batata e, ao invés de comer toda a peça de uma só vez, recoloca a batata mordida no pote de maionese, ou ketchup, que o grupo está dividindo. Os micro-organismos da boca da pessoa chegam, portanto, ao pote de molho e, eventualmente, aos demais amigos.
Sempre há um risco de isso se desenvolver em uma doença, segundo Lígia Cardoso, professora dos cursos de Nutrição e Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, além do programa de mestrado em Biotecnologia Industrial, da Universidade Positivo.
Mas as pessoas devem saber que o risco não é mortal: “Como o tempo de crescimento do micro-organismo leva uma, duas, três horas, e depois produzir uma toxina, nesse meio tempo você já comeu a batata e o intestino deu conta do problema”, revela.

Guarde de forma adequada sempre

Erro mais comum, e muito mais perigoso, é o armazenamento inadequado do alimento – aí sim os micro-organismos se proliferam. “Se a pessoa come, guarda a maionese de forma errada, fora da geladeira, e depois vai consumi-la, aí sim pode ter um risco maior. Mas se é algo que será consumido totalmente na hora, não há tanto problema”, orienta.
Os micro-organismos – leia aqui vírus, bactérias e fungos – se proliferam em ambientes que dão condições favoráveis a isso. Por exemplo, se há água, temperatura adequada (calor) e substrato, ou alimentos que ele pode comer – como a maionese.
A prática conhecida ganhou ainda mais repercussão na década de 1990, quando foi ao ar um episódio da série de humor Seinfeld em que o personagem George Constanza realizava o double dipping e foi repreendido.
Episódio exibido em 1993, em que a prática de era condenada. Foto: Reprodução
Episódio exibido em 1993, em que a prática de era condenada. Foto: Reprodução
“O nosso meio está cheio de micro-organismos que esperam as condições adequadas para crescerem. Se ele chega ao alimento, por exemplo, pela nossa mão que passou pelo nosso nariz, onde está o Estafilococo aureus, essa bactéria pode contaminar o alimento. Aí pode gerar danos à saúde”, reforça a professora. Dos sintomas esperados, problemas gastrintestinais são os mais comuns.

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