Saúde e Bem-Estar

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo

E quando a cirurgia de miopia não pode ser feita?

Rafael Adamowski, especial para a Gazeta do Povo
16/10/2016 20:30
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Foto: Bigstock

A miopia pode atingir até 30% das pessoas. A cirurgia refrativa, que corrige o problema, está cada vez mais popularizada e é indicada para quem consegue ter uma visão normal usando óculos, para quem tem dificuldade em enxergar mesmo com óculos e/ou que não conseguem se adaptar ao uso. Porém, nem todo mundo pode fazer.
Os principais fatores que limitam a possibilidade de cirurgia são espessura da córnea, grau de miopia e idade do paciente. Para cirurgias com o uso do raio laser, o grau mínimo fica entre 0,75 a 1, e não pode ultrapassar os 8 graus. O laser faz o polimento na córnea, e se o grau é muito alto vai impedir. A primeira geração do laser foi denominada excimer laser, nos anos 90, que tem sido sofisticado ao longo dos anos.
Para definir se é possível realizar a cirurgia existe a necessidade da realização de exames pré-operatórios. Este procedimento verifica se o paciente tem boa ou má indicação, e que riscos podem existir. Os exames separam quem pode e quem não pode realizar o procedimento. Para a realização da cirurgia são analisadas questões como estabilidade do grau e espessura da córnea.
Uma boa notícia é que 99% dos casos têm bons resultados. Com toda a tecnologia do século 21, o paciente que se enquadra nas especificações exigidas tendem a obter bom resultado.
Cura à vista?
Para conter o avanço da miopia a ciência tem estudado bastante duas técnicas que têm se mostrado eficientes neste sentido: a ortoceratologia, que utiliza lentes noturnas para ´remodelar´a curvatura da córnea e o uso de atropina, uma substância que tem sido testada em forma de colírio e que tem tido bons resultados.
Olho por olho!
Estudos realizados sobre o tema apontam uma taxa de contraindicação de 20% a 40% dos candidatos a cirurgia refrativa corneana para miopia com excimer laser. Os motivos que contraindicam a cirurgia podem variar desde características inerentes ao próprio olho do candidato, como quantidade de graus a serem corrigidos, curvatura ou espessura corneana fora dos limites de segurança, até a presença de alguma doença ocular ou sistêmica que por algum motivo possa comprometer o resultado da cirurgia. Um exemplo desta condição são os casos de ceratocone diagnosticados nos exames pré-operatórios para a cirurgia de miopia, que até então era desconhecido pelo paciente, e que contra-indica a realização da cirurgia.
Muitas vezes o grau de miopia a ser corrigido não é compatível com a espessura ou curvatura corneana do paciente, ou mesmo, não há estabilidade refracional que permita a realização da cirurgia com segurança. A reação de cada paciente diante da detecção de algum fator que impeça a realização da cirurgia é bastante variável, mas diante de uma frustração com a impossibilidade de realização da cirurgia, podem ser buscadas alternativas como o uso de lentes de contato, ou mesmo, a análise de outras técnicas cirúrgicas para a correção de miopia.
Fontes: Tânia Schaefer, oftalmologista da Clínica Schaefer. Hamilton Moreira, diretor clínico do Hospital de Olhos do Paraná, ex-presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Otávio Siqueira Bisneto, integrante do corpo clínico do Hospital de Olhos do Paraná.

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