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Na Espanha, 17 bebês tiveram sintomas da síndrome do lobisomem, com o crescimento de pelos por todo o corpo depois de tomarem um medicamento embalado errado. Foto: Bigstock.
Na Espanha, 17 bebês tiveram sintomas da síndrome do lobisomem, com o crescimento de pelos por todo o corpo depois de tomarem um medicamento embalado errado. Foto: Bigstock.| Foto:

Autoridades de Saúde na Espanha alertaram para um erro na formulação de 23 lotes de um medicamento contra o refluxo gástrico, cujo princípio ativo é o omeprazol, que favoreceu o desenvolvimento de sintomas da “síndrome do lobisomem“.

Ao tomarem a medicação, 17 bebês das regiões de Cantabria, Andalucía e Comunidade Valenciana tiveram sinais de hipertricose, ou a “síndrome do lobisomem“, com o crescimento anormal de pelos e cabelos por todo o corpo.

“Depois de uma análise realizada pela Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários (AEMPS), detectou-se que o lote [do omeprazol] continha minoxidil, princípio ativo de medicamentos utilizados para o tratamento da alopecia [calvície]. No último dia 11 de julho, ordenou-se a retirada do mercado do referido lote (11072/10/42 do omeprazol da Farma-Química Sur S.L.).”, comunicou a agência espanhola pelo site. Mais tarde, a agência identificou outros lotes com o mesmo erro, todos do mesmo laboratório.

A entidade de saúde alegou ter entrado em contato com os possíveis afetados e diz que apenas deixar de usar o medicamento faz com que o sintomas desapareçam – embora os pais vítimas da substância não estejam convencidos desse resultado. Conforme divulgado pela imprensa local, uma das crianças afetadas, Dani, deixou de tomar o medicamento em maio, logo após o surgimento dos pelos, mas ainda não apresentou melhora.

“O princípio ativo omeprazol de Farma-Química Sur S.L. é usado na elaboração de fórmulas mestras nos laboratórios farmacêuticos e é indicado para o refluxo gastroesofágico entre outras indicações. Uma vez interrompido o tratamento com as fórmulas mestras que contenham minoxidil, em vez de omeprazol, pode se esperar a reversão espontânea da hipertricose“, reforça a agência em site.

É preciso tratar refluxo em crianças? Nem sempre

O uso do medicamento contra refluxo em crianças chama atenção porque nem sempre elas precisam ser medicadas. Dependendo da idade, é natural que bebês tenham sintomas de refluxo, conforme alertam especialistas ouvidos pelo Viver Bem.

Bebês regurgitam depois da mamada. Isso é normal e faz parte do desenvolvimento da criança, que ainda não consegue se sentar sozinha e nem tem a válvula (que faz a ligação entre o esôfago ao estômago, mantendo os alimentos abaixo dela) com total competência para a função.

Uma criança que, passado os dois anos de idade, ainda tem sintomas de vômito ou refluxo pode ter diferentes causas, que vão de alergias alimentares à alguma má formação. Nenhum desses casos demanda necessariamente uma medicação, como anti-ácidos ou inibidores da bomba de prótons, sob o risco de afetar outros sistemas importantes do paciente.

>>> Refluxo em crianças: por que os remédios anti-ácidos não devem ser prescritos?

“Vômito em bebê cabe bastante investigação, análise clínica, porque mais de 90% das crianças nessa idade têm refluxo, e não significa nada, já que é normal vomitar nessa idade. Depois do primeiro ano, o refluxo cai para 5% e não é algo esperado com frequência. Mas o tratamento para criança é diferente do adulto. A questão da alimentação é muito importante, assim como a postura”, explica Marcilene Teixeira Lima Oku, médica pediatra do hospital Nossa Senhora das Graças.

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