Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

O que pode ser feito em caso de infarto para reduzir sequelas?

Amanda Milléo
23/11/2018 07:00
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O infarto acontece quando há um bloqueio no fluxo sanguíneo das artérias que se encaminham ao coração. Foto: Bigstock

Tossir, pular, levar um soco no peito e cantar. Nada disso fará com que o infarto se reverta, ou que os sintomas desapareçam e o coração volte ao normal. A primeira e principal atitude que você, ou quem estiver perto de você, deve fazer em caso de infarto é: procure ajuda médica rapidamente.

“A pessoa tentar pular, massagear ou tossir, são atitudes que até pioram o quadro, pois aumentam mais o trabalho do coração, que está sofrendo com a falta de oxigenação. O paciente deve ficar em repouso e buscar imediatamente atendimento médico”, alerta Francisco Maia, médico cardiologista do hospital Santa Casa, parte da diretoria da Sociedade Paranaense de Cardiologia e professor de medicina da PUCPR.

O infarto acontece quando há um bloqueio no fluxo sanguíneo das artérias que se encaminham ao coração, em geral devido a um coágulo ou placas de gordura. Sem sangue, o músculo cardíaco não é oxigenado, levando ao comprometimento da sua função. As células passam a morrer, o músculo não se movimenta como deveria, e os sinais de dor no peito podem surgir.
Ligar para emergência médica, SAMU - 192, é a principal ajuda que você pode dar a alguém sofrendo um infarto (Foto: Bigstock)
Ligar para emergência médica, SAMU - 192, é a principal ajuda que você pode dar a alguém sofrendo um infarto (Foto: Bigstock)
“O objetivo dos médicos quando diagnosticam o infarto é recanalizar o fluxo sanguíneo bloqueado, para que o coração receba o oxigênio necessário. Isso é feito nos serviços especializados, sejam os procedimentos como cateterismo e angioplastia, ou mesmo com o uso de medicamentos trombolíticos, que dissolvem o coágulo e possibilitam o fluxo sanguíneo”, reforça Maia.
Para esses procedimentos, o tempo é fundamental: quanto maior o tempo que o paciente deixa para buscar atendimento médico, maior o risco de complicações, como insuficiência cardíaca e até morte.
Mulheres tendem a apresentar sinais mais atípicos no caso de um evento cardíaco, como infarto. (Foto: Bigstock)
Mulheres tendem a apresentar sinais mais atípicos no caso de um evento cardíaco, como infarto. (Foto: Bigstock)

O que mais posso fazer?

Além de chamar pelo atendimento médico (SAMU – 192) para que a pessoa seja encaminhada ao centro mais especializado da cidade o quanto antes, há outra medida que um acompanhante pode fazer. Segundo Francisco Maia, médico cardiologista, a pessoa com sinais de infarto pode tomar um comprimido do ácido acetilsalicílico, ou aspirina.

“Cada minuto que se perde sem abrir a coronária, durante as três primeiras horas dos sintomas, representa 11 dias a menos na vida do paciente”, alerta o especialista, citando os resultados do estudo GREAT.  

Sinais que indicam o infarto

Caso sinta dores sem causa definida na região entre o umbigo ao queixo, procure por atendimento médico para descartar o infarto. A regra é ainda mais importante para pessoas com fatores de risco, como obesidade, diabetes, colesterol alto e tabagistas, e quem já passou por outros eventos cardíacos.
Lembre-se ainda que nem todo infarto apresenta os sintomas clássicos, como dor no peito. Fique atento se sentir:
Indigestão. Sintomas mal definidos, especialmente na região superior do abdome, podem indicar infarto também.
Falta de ar e dificuldade para respirar, sem dor;
Cansaço
Palpitações
 Náusea
Vertigem
Desmaio
Sudorese
Palidez
Dor no peito
Mulheres tendem a ter sintomas atípicos com mais frequência, mas homens também podem apresentá-los. É essencial, portanto, que mulheres a partir dos 65 anos e homens depois dos 55 anos visitem o médico cardiologista uma vez ao ano, pelo menos.
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