Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Para que serve o exame de piscina exigido por clubes?

Amanda Milléo
18/01/2019 07:40
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Exames de piscina solicitados por clubes identificam lesões de pele e ajudam na prevenção de diferentes doenças dermatológicas (Foto: Christian Rizzi / Gazeta do Povo / arquivo) | GAZETA

A rotina é conhecida de todo veranista: em frente ao médico, espaça bem os dedos dos pés, das mãos, levanta o cabelo e ergue os braços. Se estiver tudo bem, recebe a liberação para que possa frequentar, sem problemas, as piscinas públicas ou clubes e se refrescar do calor.
exame de piscina não serve, necessariamente, para evitar a transmissão de micoses ou outras doenças de pele entre as pessoas que estarão na água, mas isso não significa que ele não tenha uma utilidade. Conforme os especialistas explicam, o exame atua como importante forma de prevenção aos problemas de verão, como queimaduras e insolação.

O tanque de piscina, controlado com substâncias químicas como o cloro, não favorece a transmissão de doenças de pele, de acordo com a médica dermatologista Kátia Sheylla Malta Purim, assessora do departamento de Micologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

“O problema não é a piscina, com muitos produtos químicos, que normalmente é monitorada e tem um controle de água, de bactérias. A preocupação maior são os locais compartilhados com água parada, como aquele lava-pé, o entorno da piscina e o próprio vestiário“, explica a dermatologista, que também é professora da Universidade Positivo, em Curitiba.
Quem estiver com alguma lesão na pele, e acabar entrando em contato com algum micro-organismo na água parada, corre um risco maior de desenvolver uma infecção — e até nisso a conversa com o médico para o exame de piscina pode ajudar.

“A ideia do exame é que seja mais de orientação, prevenção e educativo. Se a pessoa tem algum problema na pele, em geral, ela tem mais consciência e evita o contato com essa água parada. O exame é também o momento de reforçar os cuidados com o sol, para prevenir insolação ou queimaduras”, sugere Purim. 

Higiene pessoal dá mais resultado

Para evitar a infecção por micose — cenário comum no verão, por conta do calor e umidade —, a prevenção não está em deixar de entrar nas piscinas públicas, segundo João Luiz Carneiro, médico clínico geral do hospital VITA. O cuidado maior deve ser com a higiene pessoal.
“A pessoa deve lembrar de secar bem entre os dedos, especialmente os dedos dos pés, depois da piscina ou do banho. E também de não usar meias molhadas e evitar usar a mesma toalha várias vezes. Eventualmente, a toalha pode transmitir, mas é mais raro. Se for usar uma toalha de piscina, tenha certeza que ela foi bem lavada”, reforça o médico.

Check list do verão

Outros cuidados importantes para a época, conforme lista a médica dermatologista Kátia Purim, são os seguintes:
Seque bem. Não interessa se é o vão do dedo ou as dobras pelo corpo, tenha certeza que tudo esteja bem seco e arejado depois da piscina, banho de mar, cachoeira ou chuveiro mesmo.
Evite perfume. Não passe perfumes, especialmente aqueles cítricos, ou produtos com limão. Isso evita o risco de queimaduras por esses produtos.
Bronzeamento. Use sempre protetor solar de qualidade, e jamais ceda aos produtos como parafinas e óleos, entre outras substâncias sem controle. O risco de queimaduras por esses produtos, assim, diminui.
Sol sob controle. Além do protetor solar (passado antes de sair de casa, e repetidamente depois de sair da água), outro cuidado importante no verão é manter a hidratação. Evite também ficar muito tempo embaixo do sol, para prevenir a insolação, e siga a regra dos horários mais adequados para ir à praia: antes das 10h e depois das 16h.
Piscinas com atenção. Calçadas na borda da piscina tendem a ser mais ásperas para evitar escorregões. Fique atento também a não andar por ali descalço, para prevenir cortes.
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