Saúde e Bem-Estar

Carolina Kirchner Furquim, especial para a Gazeta do Povo

Veja quando é importante fazer o exame de creatinina

Carolina Kirchner Furquim, especial para a Gazeta do Povo
19/10/2019 08:00
Thumbnail

O exame é prescrito quando há suspeita de lesão renal precoce e também de modo preventivo, em consultas de rotina, especialmente para pacientes inseridos em grupos de risco. Foto: Bigstock

Testados através de uma amostra de sangue, os níveis de ureia servem para avaliar a função renal.
De modo geral, o exame tem maior proveito para pacientes com doença renal crônica, uma vez que o exame de creatinina também é indicado para a investigação de outros problemas relacionados ao rim.
Sendo assim, a dosagem de ureia é combinada à dosagem de creatinina.
O exame é prescrito quando há suspeita de lesão renal precoce e também de modo preventivo, em consultas de rotina, especialmente para pacientes inseridos em grupos de risco.

Na investigação de insuficiência renal crônica, apenas ele não fecha o diagnóstico, mas permite uma boa avaliação do funcionamento dos rins. Isso se dá porque a ureia (produto natural do metabolismo das proteínas) é um dos componentes filtrados pelos rins, que deve ser eliminado através da urina.

Se houver qualquer disfunção no funcionamento do órgão, a filtragem da ureia é comprometida e parte dela, que deveria ser excretada, permanece no sangue. Ou seja, quanto mais elevado for seu valor, pior é a condição renal.

Pacientes hipertensos, diabéticos, com cálculos renais recorrentes, história familiar, rins policísticos, infecções renais (pielonefrite) de repetição e algumas outras doenças sistêmicas, têm risco elevado para insuficiência renal crônica e devem dosar a ureia e creatinina com frequência.
Fora dos grupos de risco, adultos com mais de 60 anos, crianças menores de 5 anos e gestantes podem desenvolver insuficiência renal aguda, uma condição grave que se caracteriza pela perda súbita da capacidade renal.
Nesses casos, é feito um tratamento intensivo para a correção dos níveis e a consequente recuperação.
A insuficiência renal crônica é uma doença silenciosa, especialmente porque não causa dor renal. Entretanto, entre os sintomas típicos estão fraqueza, anemia, náuseas, palidez da pele, inchaços pelo corpo e pressão alta, já nas fases mais avançadas da doença.

Urinar em bom volume não costuma ser um sinal de rins saudáveis, uma vez que rins comprometidos são incapazes de filtrar adequadamente as toxinas, mas eliminam água sem maiores problemas.

Se diagnosticada, há medidas para controlar e reduzir a velocidade de avanço da insuficiência renal crônica (medicações e mudanças na alimentação e estilo de vida), mas essa, infelizmente, é uma doença de caráter progressivo e irreversível.
Em casos mais avançados, os pacientes devem se submeter à diálise e também são candidatos ao transplante renal.
 A doença em números
Estima-se que 8% da população mundial sofra com a insuficiência renal crônica, que registra aumento em sua incidência a cada ano.
No Brasil, existem aproximadamente 100 mil pessoas em tratamento para a filtragem das toxinas do sangue, a diálise.
Fontes: Christiano Machado, doutor em urologia pela Universidade de São Paulo (USP) e urologista do Hospital Santa Cruz e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
LEIA TAMBÉM