Saúde e Bem-Estar

Amanda Milléo

Os exercícios físicos que reduzem pela metade o risco de infarto, mesmo em cardíacos

Amanda Milléo
24/04/2018 12:00
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(Foto: Bigstock)

Cardiologias sempre acreditaram que, entre os pacientes com predisposição genética de desenvolver problemas cardiovasculares, não havia muito o que poderia ser feito para reduzir as chances de um evento cardíaco, como um infarto. Os medicamentos e tratamentos existentes ajudam, mas o impacto deles não é tão significativo.
Um novo estudo, divulgado pela American Heart Association (Associação Norte-americana do Coração) no início de abril, mostrou que existe uma solução simples, mais barata e efetiva na redução do risco de um infarto – diminuindo as chances pela metade: os exercícios físicos.
A análise feita com mais de 500 mil indivíduos britânicos teve um acompanhamento de seis anos, em média, com os participantes para verificar o impacto das atividades físicas na saúde do coração de todos. Como resultado, os altos níveis de exercícios cardiorrespiratórios, ou aeróbicos, como as corridas, estavam associados a uma redução de 49% no risco de doenças coronarianas, como o infarto.
“Os resultados dessa pesquisa são extremamente interessantes. Eles mostraram que independentemente do perfil de risco, a atividade física tem um efeito positivo. E esse efeito acontece mesmo naquelas pessoas com risco de eventos cardíacos muito grandes, por questão genética”, explica Marcelo B. Leitão, médico cardiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.

Exercícios e coração

Os efeitos positivos das atividades físicas para o coração já é algo de conhecimento geral. A diferença agora, ressaltada pela pesquisa, é que os exercícios tem uma influência ainda melhor – atingindo qualquer pessoa, seja ela cardíaca ou não.
De forma geral, a atividade física regular reduz níveis de pressão, colesterol e triglicérides. Também ajuda na resistência insulínica, prevenindo diabetes, especialmente do tipo 2, e diminui o processo de formação das placas de gorduras nas artérias, ou a aterosclerose, principal causadora de infartos.

Qual exercício fazer?

Embora se saiba muito dos benefícios dos exercícios aeróbicos, ou aqueles que mexem o corpo todo, como caminhadas, corridas, spinning, entre outras, os exercícios de força, ou resistidos, também têm benefícios importantes na saúde, inclusive do coração.
“Os exercícios aeróbicos foram, no início, os mais estudados. Toda vez que se estudava exercício físico e relação com a saúde, os aeróbicos eram os mais buscados. Mas hoje há várias pesquisas que relacionam os exercícios de força com a saúde em geral”, reforça Marcelo Leitão, médico cardiologista.
O ideal, portanto, é sempre fazer uma associação de ambos: caminhadas e corridas com aparelhos de ginástica, exercícios funcionais (que mesclam as duas formas) ou CrossFit. O importante é encontrar o exercício que melhor lhe agrade e manter a atividade na rotina.

São necessários 150 minutos de atividade física moderada, por semana – algo em torno de 30 minutos todos os dias, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

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