Saúde e Bem-Estar
Gazeta do Povo, com Estadão Conteúdo
Facebook vai combater grupos antivacinas reduzindo alcance das fake news nas redes
Medida da rede social visa reduzir compartilhamento de conteúdos de saúde que sejam fake news (Foto: Bigstock)
Gigante das mídias sociais, o Facebook anunciou nesta quinta-feira (7), que vai reduzir o alcance de grupos e páginas que espalham informações falsas sobre vacinas na plataforma. A empresa não informou, porém, quando as medidas começam a funcionar na prática.
A rede social fundada por Mark Zuckerberg é a mais popular do planeta, com aproximadamente 2,27 bilhões de perfis, conforme dados compilados pela empresa de pesquisas Statista. O Brasil é o 3.º país com mais usuários na plataforma, com cerca de 130 milhões.
De acordo com o comunicado assinado por Monika Bickert, vice-presidente global de Políticas de Conteúdo da empresa, outras medidas serão reduzir o destaque de grupos e páginas com fake news no feed de notícias. Esse tipo de material também não será incluído nas recomendações quando o internauta digitar palavras-chave nas ferramentas de busca. A previsão é também rejeitar anúncios na rede que tenham informações incorretas.
Segundo o informe, a companhia procura “formas de dar às pessoas informações mais precisas de organizações especialistas em vacinas no topo dos resultados de buscas relacionadas, em páginas que discutam o tema, e em convites para participar de grupos sobre o assunto”. Ao justificar a nova política, o Facebook ressaltou que autoridades do setor, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), têm identificado boatos sobre imunizantes.
Antivacinação no Brasil
Em setembro do ano passado, o Ministério da Saúde rastreou 185 focos de fake news na internet – temas de saúde alvo de publicações com dados ou evidências científicas incorretas.
Cerca de 90% dos focos de mentiras eram sobre vacinas – como publicações que tratam de supostos riscos de imunizantes.
Nos últimos anos, houve no País queda significativa nas taxas de imunização contra doenças como sarampo e poliomielite. Em 2019, a OMS classificou a hesitação vacinal (ou o medo/receio em se vacinar) como uma das principais ameaças à saúde global.
A recusa na vacinação – apesar da disponibilidade e acesso aos imunizantes – ameaça reverter o progresso atingido até agora no controle das doenças preveníveis. A vacinação, segundo a OMS, é uma das maneiras mais efetivas, e atualmente atua na prevenção de dois a três milhões de mortes por ano.
Os movimentos críticos e contrários às vacinas impactaram na volta de doenças consideradas erradicadas de muitos países, inclusive no Brasil. No mundo, houve um crescimento de 30% nos casos de sarampo, de acordo com a OMS.
Das principais razões para evitar a vacinação, a Organização destaca a inconveniência no acesso às vacinas, a falta de confiança e complacência com a saúde.
Para 2019, a OMS pretende atuar ainda mais na eliminação do câncer cervical no mundo, através do aumento na cobertura da vacinação contra o vírus HPV, entre outras intervenções. O ano também será dedicado ao combate na transmissão do vírus da poliomielite no Afeganistão e Paquistão. Em 2018, menos de 30 casos foram registrados em ambos os países.
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